A situação das áreas precárias de assentamentos humanos na cidade da Matola tornou-se assunto actual devido às cheias que registaram-se recentemente. E com a situação dos eventos climáticos que assolam o país nos últimos tempos, essas áreas são susceptíveis a enfrentarem os impactos mais severos. Este estudo analisa as formas de ocupação do solo e vulnerabilidade humana face aos eventos climáticos extremos na cidade da Matola. Através de uma abordagem qualitativa que consistiu essencialmente na observação directa, entrevista semiestruturadas, o estudo sugere que a cidade da Matola tem sido a preferência por parte da população demandando por espaços para a fixação da habitação; o município não tem atribuído correctamente os terrenos para habitação, principalmente as camadas desprovidas de recursos, daí que esta camada social acaba sendo direccionada a territórios marginalizados e sem oferta de serviços de saneamento básico; os assentamentos humanos deste município, na sua maioria surgem de forma espontânea, e a expansão espacial, ocorre geralmente por processos informais, e na sua maioria ilegais, agravando as precariedades das habitações em que são erguidas nos lugares susceptíveis a inundações, onde o condicionamento de resíduos e águas pluviais é direccionado para as vias de acesso. O estudo conclui que a urbanização que caracteriza a província de Maputo, sob forma da proliferação de assentamentos informais de baixa renda desencadeia uma série de danos naquela sociedade, sem distinguir ocupantes dos espaços formais e informais da cidade, por outro lado, há lacunas existentes especificamente nos programas de assentamentos humanos, bem como realização de propostas de complementação dos mesmos. Requerendo reformas estruturais, intervenções físicas, passando pela adopção de políticas públicas sociais e planeamento urbano para fazer face aos eventos climáticos extremos que assolam o país.

Palavras- Chave: Vulnerabilidade, Eventos climáticos, Assentamentos humanos, Urbanização