Última alteração: 2023-08-01
Resumo
Pretendeu-se estudar a ocorrência de brucelose bovina na zona tampão do Parque Nacional de Maputo e sua influência na conservação da fauna bravia. A área de estudo foi fraccionada em 3 interfaces segundo a probabilidade de interacções entre a fauna bravia e os bovinos (alta desde o limite do Parque Nacional até 3 km, média entre 3 – 7 km e baixa entre 7 – 12 km), selecionou-se aleatoriamente 377 bovinos maiores de 1 ano de idade, extraídos proporcionalmente aos efectivos bovinos das interfaces (32% alta, 12% média e 56% baixa). Colectou-se amostras de sangue da veia coccígea para tubos secos para rastreio da brucelose através do teste serológico Rosa-de-Bengala e para avaliar o risco da brucelose constituir factor de ameaça à conservação da fauna bravia inqueriu-se 83 criadores de bovinos. Utilizou-se a estatística descritiva a 95% de confiança e o teste Chi-quadrado (α=0.05) para comparar proporções, executadas no Software SigmaPlot ® versão 15.01. A prevalência da brucelose foi de 18.53%(IC:14.80 - 22.25), sendo na interface alta 43.97% (IC:35.68 - 52.27), média 7.46% (IC:1.00 - 13.92) e baixa 5.16% (IC:2.17 - 8.16). Entre os inqueridos, 12.59% (IC:4.90 - 19.20) reportaram ter enfrentado escassez de carne bovina onde, 20.70% (5.01 - 36.40) e 11.40% (0.34 - 22.50) nas interfaces alta e baixa respectivamente; cerca de 30.88% (IC:18.96 - 38.90) dos criadores consumiam carne de caça alternativamente, destacando-se a interface baixa 45.70% (IC:28.35 - 63.10), seguida da alta 17.20% (IC:2.62 - 31.90) e média 15.80% (IC:-2.27 - 33.80). A brucelose bovina contribui para a diminuição da produtividade dos efectivos constituindo um dos factores potenciador da caça furtiva para o consumo.
Palavras-chave: Saúde animal; meios de vida; protecção; vida selvagem; produção de manadas.