O presente trabalho tem como objectivo analisar o papel das fronteiras na construção da identidade com o Distrito de Namaacha como caso de estudo; compreender o decurso do processo da delimitação da Fronteira de Namaacha e análise da correspondência diplomática entre os intervenientes do processo. O trabalho parte duma breve contextualização da delimitação das fronteiras moçambicanas e assenta-se numa perspectiva teórica, onde se problematiza o conceito de fronteira.

A delimitação de fronteiras moçambicanas enquadra-se nas disputas decorrentes das conquistas e ocupações anteriores às determinações de partilha na Conferência de Berlim entre 1884-1885. No caso de Namaacha, os régulos Tembe e Maputo, prestaram vassalagem ao capitão inglês Owen entre os anos 1822/1825 numa das suas expedições a então Lourenço Marques. Esta vassalagem resultou em protesto por parte de Portugal e a delimitação da Fronteira de Namaacha esteve relacionada com uma grande luta diplomática baseada nas disputas de zonas de influência entre Portugal e Inglaterra no âmbito da matéria colonial.

Palavras chave:  Conferência de Berlim; Fronteira; Comunidades locais, Cultura e Identidade.