Africa possui  cerca de mais de 2.000 plantas alimentares nativas com elevado valor nutricional e medicinal. Dentre eles, existem mais de 100 cereais. Este estudo pretende demonstrar a potencialidade agronómica genética e resiliente de potenciais cereais negligenciados para Moçambique. Para isso, foram revistos para este trabalho, artigos e livros publicados entre 1992 e 2021 sobre Culturas Negligenciadas. São poucos os tipos de cereais consumidos actualmente, muitos deles foram negligenciados em vantagem de culturas exóticas como, o arroz asiático, milho, trigo, a batata entre outros. A productividade destas culturas variam de 1 t/ha a 18 t/ha, podendo ser cultivadas em: diferentes altitudes, temperaturas, níveis de precipitação e em diferentes tipos de solo. São também menos susceptíveis a factores bióticos e menos exigentes a insumos. Nutricionalmente, apresentam altos valores nutricionais de Proteínas (7.6 a 11.8 g), Carbohidratos (40 a 95g), P (11 a 339 mg), Mg (114mg), Fe (8.5mg), Ca (44mg), calorias (200 a 450 Kcal) entre outros nutrientes. E os grãos podem ser consumidos de diversas formas, tais como: papas, ushua/xima, pão, biscoitos, pizzas, assados, bebidas, etc. Economicamente, contribuem somente para a subsistência familiar em poucas regiões de Moçambique, devido a vários constrangimentos na sua cadeia de valor, que incluem investigação, produção e mercado.

Existe uma variedade de cereais negligenciados, com alto valor nutricional quando comparados com as “staple food”. São resilientes a varias condições abióticas e bióticas extremas, e com altas produtivas agrícolas. Porem em Moçambique pouca atenção e dada nesta perspectiva. Portanto, são necessários esforços para integrar as potenciais culturas nos sistemas alimentares e agrícolas do Pais. Contribuindo para a segurança alimentar, nutricional, e também reforçando a resiliência, com geração de receitas e redução dos riscos agronómicos e climáticos.

Palavas Chaves: Cereais negligenciados, diversidade, nutrição, resiliência e mudanças climáticas.