Tamanho da fonte: 

Esta comunicação tenta simultaneamente reconstruir a história das comunidades (aldeias) de Macavene e Nanguene e analisar a sua relação com a administração do Parque Nacional de Limpopo. A relação destas duas comunidades (aldeias) com o Parque Nacional de Limpopo é vista sob o prisma do programa de reassentamento das mesmas. As comunidades de Macavene e Nanguene são resultado das várias migrações (movimentações) anteriores ao Mfecane responsável pela criação do Império de Gaza. Na memória recente destas comunidades destaca a importância do rio Shingwedzi na altura abundante em água, e nas cercanias duma lagoa na qual abundava peixe que ditou a escolha do assentamento, mas também as exações da administração colonial com o cultivo obrigatório de algodão, o trabalho migratório, a trilogia guerras, secas e fome. A evidência demostra que as comunidades (aldeias) de Macavene e Nanguene não foram vítimas passivas destes fenómenos pois que através de um engajamento estratégico, manobraram para ganhar possíveis benefícios. No que diz respeito à sua relação com a Parque Nacional de Limpopo a evidência demostrou uma aversão ao projecto de reassentamento do parque na base do apego territorial, dos espíritos dos antepassados e das diferenças de condições com as comunidades acolhedoras. Para a realização do trabalho, usámos como métodos (i) a entrevista, (ii) a revisão da literatura e (iii) a observação. As entrevistas constituíram-se como o principal método de trabalho e foram realizadas durante cerca de uma semana (31 de Julho a 6 de Agosto de 2008) nas Comunidades em estudo. Para a obtenção de depoimentos optámos pela técnica de informantes-chaves, pois achamo-la a mais ajustada para a colecta de informações do tipo qualitativo e descritivo.

 

Palavras-chave: Macavene, Nanguene, reassentamento, Parque Nacional de Limpopo.