Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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DESFLORANDO O PLANALTO DOS MACONDES: IMPACTO AMBIENTAL DA OPERAÇAO NÓ-GÓRDIO, 1970
Reginaldo e Marlino Ernesto Massango e Mubai

Última alteração: 2023-08-08

Resumo


ResumoMuito foi escrito sobre a Luta Armada de Libertação Nacional de Moçambique (1964-1974) com particular destaque para a Operação Nó-Górdio (1970). Grande parte dos estudos feitos se concentra nas estratégias de luta e no impacto económico, político e social da guerra. Estas abordagens negligenciam a dimensão ambiental das operações militares no planalto dos Macondes. Com efeito, pouco se sabe dos efeitos da guerra sobre os ecossistemas dos locais que serviram campos de batalha. Com base na revisão de literatura, análise de arquivos escritos e audiovisuais, este artigo, inserido no eixo temático de História, Arquivos e Memória, pretende analisar o impacto ambiental da Operação Nó-Górdio na província ocorrida de Cabo Delgado, em 1970 no contexto da Luta Armada de Libertação Nacional de Moçambique (1964-1974). Esta abordagem se justifica pelo facto de na táctica de contra-insurgência militar, a tropa colonial portuguesa ter mobilizado milhares de tropas de diversas especialidades e ramos, incluindo as aerotransportadas, que fizeram bombardeamentos estratégicos com recurso a armas químicas e incendiárias, entre elas herbicidas e napalm causando impactos significativos para os ecossistemas locaisTendo em consideração estes pressupostos, o artigo argumenta que, embora tenha sido em menor escala comparativamente aos outros quadrantes em que estas armas foram empregues, a sua natureza altamente volátil e inflamável e seu uso prolongado impactou negativamente nos ecossistemas locais incluindo a vegetação e vida animal de forma geral.Palavras-chave: Moçambique, Operação Nó-Górdio, herbicidas, napalm, ecossistemas