Última alteração: 2023-08-01
Resumo
A cobertura jornalística humanitária deve buscar informação sobre crises, desastres e violações dos direitos humanos, entre outras questões humanitárias, respeitando todos os procedimentos éticos inerentes a esta prática, tais como informar de forma imparcial, clara e não discriminatória, (Pachioni, 2020). Temos visto em vários canais de Televisão uma cobertura da situação dos refugiados de forma generalista, sem a contextualização das informações, proteção da privacidade das pessoas afectadas, sem demonstrar a responsabilidade do Governo, em situação de crise humanitária e na maioria das vezes de forma preconceituosa. O objectivo do estudo foi compreender as razões da não adopção dos princípios de Jornalismo Humanitário definidos pela ACNUR para a cobertura jornalística de crises humanitárias, como é o caso das cheias de 2023, na província de Maputo. Para a análise e recolha dos dados utilizamos o método indutivo, com recurso a uma abordagem qualitativa, e às técnicas da entrevista semi-estruturada e análise de conteúdo. O objecto de análise foram as entrevistas e cortes fílmicos de programas informativos da televisão Sucesso. O relato de acontecimentos de índole humanitária, o “possível e desejável é a precisão, a clareza, a veracidade, para que o relato descreva e explique os factos.” (Chaparro, 2001, p. 183). Nesta pesquisa, conclui-se que a falta de formação e especialização dos editores e jornalistas na matéria, de editorias específicas, a falta de livros de estilo sobre jornalismo humanitário, de recursos humanos e materiais, a pressão de tempo contribuem para a não adopção na íntegra, pelas televisōes, dos princípios de jornalismo humanitário na cobertura das cheias de 2023, na província de Maputo.
Palavras-Chave: Jornalismo humanitário, Cobertura humanitária, Cheias, Televisão
Refer~encias Bibliográficas:
Chaparro, M. (2001). Linguagem dos Conflitos. Coimbra. MinervaCoimbra.
Pachioni, M. (2020). Cobertura Jornalística Humanitária: Guia do ACNUR para Profissionais E Estudantes / Agência da ONU para Refugiados – ACNUR; [coord.] – 1.ed. – São Paulo.