Última alteração: 2023-07-30
Resumo
Os países em vias de desenvolvimento, como é o caso de Moçambique, enfrentam uma alta taxa de furto de electricidade, criando sobrecarga na rede eléctrica e afectando a capacidade de geração de receitas por parte dos gestores das redes eléctricas (a Electricidade de Moçambique em particular). Até 2020, os níveis de energia eléctrica desviada através de ligações furtivas em Moçambique situavam-se em cerca de 20% da energia total comercializada, comprometendo, deste modo, a eficiência energética sob o ponto a perspectiva da oferta de energia eléctrica. O objectivo desta pesquisa é determinar os principais factores que concorrem para o a proliferação de ligações furtivas de electricidade por parte dos clientes e não-clientes da distribuidora pública, Electricidade de Moçambique. A literatura aponta para várias motivações para as fraudes eléctricas com principal destaque para as razões económicas, sócio-culturais e políticas. Uma abordagem virada para a auditoria energética é adoptada através do inquérito conduzido nos distritos municipais da Cidade de Maputo, com maior incidência de furtos de energia eléctrica, visando determinar os factores mais significativos desta prática. Para o efeito, técnicas de amostragem aleatória foram aplicadas, abrangendo os clientes domésticos que representam o maior desafio em termos de controlo de subtracção furtiva de electricidade. Os resultados da pesquisa permitem determinar o padrão de consumo de electricidade, a despesa mensal doméstica de electricidade, bem como avaliar o prejuízo, numa perspectiva financeira para a concessionária. Em face disso, uma proposta de soluções de baixo custo para a redução do furto de electricidade adoptadas em outros países são apresentadas para casos específicos.
Palavras-chave: furto de electricidade, eficiência energética, receitas, auditoria de energia eléctrica