Ernesto Marrula., Tatiana Kuleshova., Armindo Nhantumbo

Resumo

A maior parte da população do distrito da Namaacha recorre a fontes de águas subterrâneas (poços e furos) para suprir a demanda pela água potável. Contudo, um estudo realizado por Langa (2017),  constatou a existência de contaminação por microrganismos e baixa eficiência da estação de tratamento de água de Namaacha (ETAN) na remoção desses contaminantes. Este trabalho objectivou a avaliação das tendências temporal e espacial da qualidade água do distrito de Namaacha. Foram recolhidas e analizadas  6 amostras de água em duas estações (seca e chuvosa): no pedestal do município (A), no poço próximo a cachoeira (B), no poço do município (C), na água bruta (D) e tratada (E) da ETAN e na torneira da mesquita (F). Foram determinados 25 parâmetros físico-químicos e 3 microbiológicos. Os resultados mostram que as águas das principais fontes de abastecimento, apresentaram valores abaixo dos limites estabelecidos pela norma moçambicana (diploma 180/2004 de 15 de setembro) para diversos parâmetros, com excepção do pH, turvação e NH₄⁺ em todas as amostras na época seca, turvação na época chuvosa (amostras C e D), Fe total na época seca (amostras C e D), que apresentaram valores superiores do que os estabelecidos na norma. Comparando com Langa (2017), verificou-se aumento na concentração de vários parâmetros em ambas épocas, em especial as espécies de nitrogénio (NO₃^-, NO₂^- e NH₄⁺) em todas as amostras e coliformes totais nas amostras C (poço de município), D (água bruta da ETAN) e E (água tratada na ETAN) em ambas estações do ano. As actividades agrícolas, a falta de saneamento e a dissolução de minerais das formações geológicas afectam a qualidade das águas na área de estudo. As águas de Namaacha apresentam valor de índice de qualidade de água (IQA) acima de 100 indicando águas impróprias para consumo humano.

Palavras-chave: Águas, Índice de qualidade, Namaacha.