A história deixou de ser “um simples gênero literário ou prática voltada apenas para edificação da memória coletiva” e conseguiu se afirmar como disciplina científica, no seculo XIX (BARROS, 2017, p.11). Marc Bloch, um pouco antes dos meados do século XX, definiu a historia como “estudo dos homens no tempo” (BLOCH, 1944, p.55). Entretanto, mais tarde, à categoria do “tempo”, foi acrescido o “espaço”, se abrindo a possibilidade de atuar e dialogar com outros campos do saber, a exemplo da geografia, economia, sociologia, literatura, ciência política, etc.

Este processo de aproximação e interação entre as disciplinas tem gerado tensões e, por conseguinte, novas formas de pensar a história. Hoje, já não basta registrar os acontecimentos, mas compreender também as ações, transformações e permanências humanas (BARROS, 2017, p.15). Explicar porquê os acontecimentos se deram de uma maneira e não de outra, implica aprimorar cada vez mais o método de critica às fontes, mas, também colocar os arquivos mais úteis e funcionais.

A partir da experiência do Arquivo Histórico de Moçambique, objetivo é explicar os desafios e repensar a complexidade da prática historiográfica, com especial incidência sobre a atuação das ONG´s no país, entre 1983 e 2010. Os resultados são preliminares, porém indicativos para se pensar em melhores formas de organização e exploração do acervo ao serviço da pesquisa e produção do conhecimento. A partir do Arquivo Histórico de Moçambique, os estudantes precisam aprender a propôr problemas, levantar hipóteses e fornecer explicações confiáveis sobre as (ina) ações, transformações sociais no país. Isto só é possível com o envolvimento, treino e incentivo à especialização de estudantes universitários.

Palavras chaves: Arquivo, Memória, História, Moçambique.