Última alteração: 2023-08-01
Resumo
Reformas no financiamento do ensino superior (ES) para responder ao aumento da procura e a forte restrição do orçamento público tem estado acontecer ao nível global. Como consequência disso, assiste-se a mudanças no financiamento do ES, com maior relevo para as políticas de partilha dos custos (cost-sharing) entre o estado e o privado. Para Johnstone (2004) a partilha de custos implica que os estudantes e seus pais paguem os estudos com uma parcela cada vez maior dos custos de ensino superior, através de propinas e taxas de matrícula mais elevadas.
Sendo os estudantes os mais interessados no desenvolvimento do seu capital humano, a partir de uma pesquisa, que visava compreender as políticas de financiamento e acessibilidade no ensino superior em Moçambique, com pendor quantitativo baseado nos dados de um questionário aplicado a uma amostra de 608 estudantes, do ensino público e privado na província de Gaza, houve a necessidade de perceber a sua opinião sobre quem deve financiar efectivamente o ensino superior.
Os resultados revelaram que, apesar dos estudantes de forma geral, quer do público, quer do privado, concordarem que deve haver uma comparticipação de todos os interessados desde o Estado, estudante/família e empresas no financiamento do ensino superior, os mesmos atribuem a maior responsabilidade ao Estado no financiamento do mesmo sector. Cabendo assim ao Estado conhecer quais são os gastos reais dos estudantes de forma a implementar políticas de financiamento que visem a melhoria de questões relacionadas com a acessibilidade, equidade e justiça social.