Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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PERFIL CLÍNICO E PATOLÓGICO DO CANCRO ORAL DIAGNOSTICADO NO HOSPITAL CENTRAL DE MAPUTO, 2016-2021
Laurina da Graça Chulo

Última alteração: 2023-08-04

Resumo


L. CHULO¹, M. VIEGAS¹, E. BOTÃO¹² E. MONTEIRO¹²³, F.  FERNANDES¹²³

1-Hospital Central de Maputo - laurinadagraca@yahoo.com.br; veteranomanuela@gmail.com

2-Hospital Central de Maputo, ISCTEM - ediliabotao@gmail.com

3-Hospital Central de Maputo, Faculdade de Medicina da UEM e ISCTEM - ellianemz@gmail.com; fernandesfabiolacouto@gmail.com

INTRODUÇÃO: O cancro oral é o décimo sexto cancro mais frequente mundialmente, responsável por elevada taxa de mortalidade e deformidade nos sobreviventes. A etiologia é multifatorial, sendo os principais factores de risco o álcool e o tabaco em simultâneo. O sucesso do tratamento é baseado em estratégias de tratamento multidisciplinares. Em África, incluindo Moçambique, os estudos sobre o cancro oral são escassos.

 

OBJECTIVO: Descrever o perfil clínico e patológico do cancro da cavidade oral diagnosticado no Hospital Central de Maputo de 2016-2021.

 

MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal descritivo observacional, com recolha retrospectiva de dados secundários, disponíveis na base de dados do registo de cancro do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Central de Maputo.

 

RESULTADOS: No período do estudo foram analisados 138 casos, dos quais 57.2% do sexo masculino, e a idade média de 48 anos. Quanto à diferenciação histológica, o carcinoma foi o mais frequente (66.6%), seguido do sarcoma de Kaposi (17.3%), linfoma não-Hodgkin (7.9%) e neoplasia maligna sem outra especificação (7.9%). O sarcoma de kaposi (4 casos) foi o cancro mais diagnosticado no grupo pediátrico. Cerca de 70% dos cancros não tinham o registo da localização especifica dentro da cavidade oral, 20% ocorreram na língua, seguida do lábio (3.6%). Em apenas 19.5% dos casos havia informação sobre o estado do HIV.

 

CONCLUSÃO: A prevenção do cancro oral requer melhor educação sobre os fatores de risco relacionados ao estilo de vida. O médico dentista tem um papel crucial na educação, detecção precoce, diagnóstico e encaminhamento para outros especialistas. Apesar de ser um registo laboratorial, a informação trazida poderá contribuir para agregar mais dados sobre esse tipo de patologia e o seu padrão de ocorrência, bem como melhorar a qualidade dos registos.

 

Palavra chaves: cancro oral, carcinoma; anátomo-patológico