Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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ANÁLISE DA PRESENÇA DE AFLATOXINAS EM PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS EM PAÍSES DO CONTINENTE AFRICANO
Hâmina Abdul Cawio Amade, Delfina Hlashwayo, Delfina Hlashwayo, Filomena Barbosa, Filomena Barbosa

Última alteração: 2023-08-08

Resumo


Este estudo teve como objectivo analisar a ocorrência de aflatoxinas em plantas medicinais comercializadas em países do continente Africano através de uma revisão sistemática. As bases de dados AJOL, Google Académico, ScienceDirect e PubMed foram usadas para identificação de artigos científicos que reportavam esta ocorrência. Foram selecionados 13 artigos publicados de 1998 a 2021, que tenham atendido aos seguintes critérios: artigos sobre aflatoxinas em plantas medicinais comercializadas nos países do continente Africano e artigos que descreviam o tamanho da amostra e o número de amostras positivas para aflatoxinas. As aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 foram detectadas em 40 plantas medicinais em 5 países da África (África do Sul, Egipto, Marrocos, Nigéria e Quénia). A média de aflatoxina B1 foi de 11.15 µg/kg (IC 95%: 0.05-145 µg/kg), valor que excedeu os limites da OMS. As outras aflatoxinas (B2, G1 e G2) apresentaram concentrações dentro dos limites aceitáveis. As plantas com maior concentração de aflatoxina B1 foram a Cymbopogon schoenanthus (L.) Spreng (145 µg/kg), Artemisia herba-alba Asso (90 µg/kg), Tilia cordata Mill. (75 µg/kg), detectadas no Egipto. As condições climáticas, em alguns países da África, caracterizadas por temperaturas elevadas e longos períodos de chuva, acoplados às condições de comercialização e tempo de armazenamento contribuem para o aumento da frequência de aflatoxinas em plantas medicinais. No presente estudo concluiu-se que as aflatoxinas estão presentes em algumas plantas medicinais comercializadas em países do continente Africano. Na África do Sul as concentrações de aflatoxinas nas plantas variavam de 0.03 -25.5 µg/kg; no Egipto variavam de 10 - 160 µg/kg; em Marrocos variava de 4.9-9 µg/kg, na Nigéria 0.15-2.87 µg/kg e no Quénia variava de 0.01- 4 µg/kg. A presença de aflatoxinas em concentrações acima do limite estabelecido pela OMS constitui um risco para a saúde dos consumidores, tendo em consideração as consequências negativas advindas da exposição à essas toxinas. Palavras chave: Aflatoxinas, plantas medicinais, África