Introdução: Vulvovaginites são caracterizadas por alterações inflamatórias no epitélio vaginal e vulvar, sendo comumente causadas por espécies do género Candida em particular a C. albicans (candidíase vulvovaginal). Actualmente, as infecções causadas por C. albicans são resistentes aos antifúngicos, constituindo um problema de saúde pública ao nível mundial, sobretudo para os países em desenvolvimento como Moçambique.

Objectivos: O estudo determinou a frequência das vulvovaginites e avaliou o perfil de susceptibilidade de C. albicans aos antifúngicos.

Metodologia: De Agosto a Outubro de 2019 foi feita auto-colheita de exsudato vaginal em adolescentes e jovens dos 16-24 anos atendidos no Centro de Saúde de Xipamanine. O diagnóstico da vaginose bacteriana e Candidíase foi feito através dos critérios de Nugent e coloração de Gram, respectivamente. Posteriormente foram feitas culturas em ágar Sabouraud Dextrosa e ChromÁgar. O perfil de susceptibilidade de C. albicans aos antifúngicos foi feito através de disco difusão (Kirby-Bauer).

Resultados: As vulvovaginites foram diagnosticadas em 72.1% (83/115) participantes, dos quais 9.6% (11/115) classificadas como candidíase, 38.3% (44/115) vaginosebacteriana, 11.2% (13/115) candidíase e vaginose, 13.1% (15/115) associada às outras infecções e 27.8% (32/115) flora normal. 41% (48/115) C. albicans dos quais 25% e 83.3% resistentes a fluconazol e ketoconazol, respectivamente;e 89.6% sensíveis a nistatina.

Conclusão: A vaginose bacteriana foi a mais prevalente seguida da candidíase mostrando a importância da continuação de estudos epidemiológicos para compreender as causas das vulvovagintes no Centro de Saúde de Xipamanine. A C. albicans apresentou maior resistência para os antifúngicos comumente usados em Moçambique.Elevada sensibilidade foi observada para nistatina, o que sugere ser um antifúngico alternativo para o tratamento das infecções associadas a C. albicans.

Palavras-chave: vulvovaginites, C. albicans, Centro de Saúde de Xipamanine.