Todo o processo de ensino e aprendizagem do surdo deve ser pensado para quem vê e não ouve, para quem olha e observa, para quem todos os processos cognitivos dependem do olhar.  A escola inclusiva deve oferecer ao surdo, possibilidades reais de aprendizagem, caso contrário, estará a realizar uma inclusão utópica. Este trabalho aborda o tema A Inclusăo de Alunos Surdos no Ensino Pimário: estudo de caso das escolas Cegonha e Galinha. O ensino inclusivo em Moçambique é uma prática recente e bem ainda nos primeiros tenteios. Abordar a temática perpassa pela leitura do papel do Estado e da família no enfrentamento das questões sociais que cercam as pessoas com deficiência auditiva. Este facto justifica o nosso interesse em fazer esta comunicaçăo numa perspectiva de promover reflexões e análises do estágio da implementaçăo do ensino inclusivo, concretamente dos alunos surdos em Moçambique. Promover reflexões sobre o tema julgou-se relevante pelo facto do ensino primário ser uma etapa singular da educação básica, no que tange ao desenvolvimento global da criança. Nesse sentido, frisa-se a importância da realização de um trabalho pedagógico com qualidade, por ser uma etapa base, e determinanante para os futuros anos de escolarização e de vida dessas crianças. Pretende-se contribuir para o encontro de uma educação eficiente e eficaz para os surdos e apoiar os profissionais afins.  Com base na revisăo bibliográfica e dados recolhidos nas duas escolas primárias da Cidade de Maputo, acima referênciadas, procurámos analisar o grau de atendimento e inclusão de alunos surdos naquelas escolas. Da análise, concluiu-se que há vontade política nesta matéria, expressa constitucionalmente, porém faltam etapas subsequentes nomeadamente políticas, estratégias, regulamentos operacionalizadores e aspectos muito concretos como a formação específica de professores, carência de salas de aula e meios didácticos apropriados.

Palavras-chave: Aluno Surdo, Inclusăo, Ensino Inclusivo, Língua de Sinais.