Estudos centrados na auto-percepção de saúde entre idosos Moçambicanos fisicamente activos são praticamente inexistentes. O presente estudo propôs-se a avaliar a auto-percepção do estado de saúde de idosos praticantes de exercícios físicos regulares no âmbito do “Programa Envelhecer com Saúde” e inventariar os benefícios decorrentes da participação neste programa percepcionados pelos participantes. Foram amostradas 81 mulheres, com idades compreendidas entre os 55 e os 84 anos que atenderam satisfatoriamente aos critérios de inclusão estabelecidos para este estudo. Para a recolha de dados foi administrado um questionário de auto-preenchimento composto por 19 perguntas (5 fechadas e 14 abertas). A análise de dados consistiu no teste de Qui-Quadrado. Os resultados evidenciam um predomínio global (100%) de auto-percepção positiva de saúde independentemente da idade, estado civil e nível de escolaridade. Dos 7 benefícios inventariados, a “Melhoria do estado de saúde” (X² = 1.435; p = 0.488), foi o benefício que registou frequências mais elevadas quanto à sua valoração positiva em todos os grupos etários, sendo 19 (95.0%), 33 (94.3%) e 25 (100%), para os grupos etários dos 60 anos (n=20), 70 anos (n=35) e 80 anos (n=25), respectivamente. Contrariamente, “Melhoria da qualidade do sono” (X² = 1.389; p= 0.499), foi o único benefício que maiores frequências de valoração negativa recebeu, respectivamente 16 (80.0%), 30 (88.2%), 22 (91.7%) nos 3 grupos etários. Estes resultados permitiram concluir que a prática regular de exercício físico se afigura como um determinante chave para uma auto-percepção positiva de saúde e no controle de doenças em pessoas idosas, na medida em que não foi possível identificar qualquer factor associado à auto-percepção negativa do estado de saúde entre as idosas estudadas, mesmo no seio das 88.9% das idosas portadoras de alguma doença.

Palavras-chave: auto-percepção de saúde; exercício físico, idoso