Conferências UEM, X CONFERÊNCIA CIENTÍFICA 2018 "UEM fortalecendo a investigação e a extensão para o desenvolvimento"

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DA FORMAÇÃO DO TRABALHO À CRISE DO TRABALHO NA REGIÃO DE MINERAÇÃO NO VALE DO ZAMBEZE/ MOÇAMBIQUE
Viviane Alves Vieira

Última alteração: 2018-08-15

Resumo


A proposta de comunicação é parte central da dissertação de mestrado que desenvolvo no Departamento de Geografia Humana da Universidade de São Paulo/ Brasil e resultado de pesquisa bibliográfica e trabalho de campo em Moçambique, cujo estágio esteve vinculado à Universidade Eduardo Mondlane. A pesquisa analisa a Região de mineração em que a Província de Tete se insere e reflete sobre as transformações nas relações de trabalho passando assim por diferentes ciclos de mineração. Atualmente, muitos dos moradores de reassentamentos Cateme e 25 de Setembro localizados no distrito de Moatize e provocados por uma mineradora multinacional, a Vale, são antigos trabalhadores da Companhia Carbonífera (durante regime colonial) e/ou da Carbomoc (no período socialista) e por isso atualmente encontram-se reformados. No entanto, a contradição inerente ao processo de modernização está posta quando no atual momento de reprodução do capital e dada a relação trabalho, esses mesmos trabalhadores ou seus descendentes encontram-se excluídos do processo e dessa maneira sem trabalho, sem possibilidade de futuramente serem reformados e assim reivindicam por trabalho, ao ser condição para acessar mercadorias que dependem do dinheiro. Nossa proposta está em analisar essa inversão que da formação do trabalho passa à especialização e desinteresse pelo trabalho regional à luz das formulações de K. Marx e Robert Kurz.