Conferências UEM, X CONFERÊNCIA CIENTÍFICA 2018 "UEM fortalecendo a investigação e a extensão para o desenvolvimento"

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PLANEAMENTO SISTEMÁTICO DAS ÁREAS DE CONSERVAÇÃO EM MOÇAMBIQUE - COMBINANDO MODELOS MAXENT E MARXAN C. Bento, Museu de História Natural-Universidade Eduardo Mondlane, Praça Travessia do Zambeze 104, Maputo, Moçambique. C. Chimimba, Department of Zoology
Carlos Manuel Bento

Última alteração: 2018-08-16

Resumo


As áreas protegidas são a base da conservação in situ da biodiversidade. Em Moçambique contudo, uma parte delas abrangem terras marginais para a conservação da biodiversidade. Num cenário de escassez de recursos financeiros para a sua gestão, as mesmas ficam comprometidas no seu propósito fundamental. Neste estudo avaliamos cenários de seleção de espécies-chaves para maximizar a conservação da biodiversidade dos vertebrados em Moçambique. Avaliamos simultaneamente se a actual Rede Nacional de Áreas de Conservação (geridas exclusivamente pelo estado Moçambicano) protege cabalmente a fauna bravia.  Finalmente, numa análise de lacunas, identificamos áreas prioritárias para conservação da biodiversidade no país que estão atualmente fora da RNAC.

Modelamos a distribuição das espécies abrangidas pelos censos da fauna bravia a partir de modelos Maxent.  Do conjunto de espécies consideradas foram construídos cenários de conservação para cinco espécies-chave a partir do método de zonamento Marxan e posteriormente avaliada a efetividade de conservação de toda a fauna. O resultado dos melhores cenários de conservação foram confrontamos com a rede fundamental de Áreas de Conservação.

Os resultados indicam que foram alcançados os targets de conservação para todas as espécies-chave e que a sua conservação garante por inerência geográfica a proteção das restantes espécies. O desenho atual da Rede das Áreas de Conservação não é o mais eficiente tendo em consideração estratégias de otimização de recursos e minimização da área abrangida. Foram identificadas áreas fora da RNAC com grande potencial conservação da fauna bravia.

Conclui-se que o atual desenho da RNAC é ineficiente para a conservação do conjunto das espécies de fauna-bravia e que mais áreas devem ser declaradas para a conservação da biodiversidade em Moçambique.