Introcução: A violência doméstica é um problema de Saúde Pública em todo mundo e tem se mencionado como um dos seus factores as crenças culturais, no entanto, desconhece-se as crenças e como é que essa influência ocorre.

Objectivo: Analisar as experiências e percepções sobre violência doméstica e o papel das crenças culturais na sua ocorrência e persistência na perspectiva das vítimas e dos agressores.

Métodos: Este estudo recorre ao método qualitativo baseado na perspectiva fenomenológica, proposta por Giorgi para melhor analisar as experiências e percepções deste fenómeno na população em estudo. A entrevista semi-estruturada foi o instrumento usado para o processo de recolha de dados.  Participaram no estudo 8 vítimas e 8 agressores que se fizeram à CÁ-PAZ, local escolhido por conveniência.

Resultados: Os achados deste estudo demonstram que as crenças culturais desempenham um papel significativo na ocorrência e persistência da violência doméstica. Entre eles, está o facto de os agressores recorrerem à violência alegando que a vítima não lhes dá água para banho, não lhes lava a roupa e ou questiona sobre algum comportamento estranho seu.

Conclusões: Apesar dos danos causados por este fenómeno, ainda é aceite pelas vítimas desde que o agrssor cumpra alguns deveres, como trazer sustento para a família. Assim, mostra-se urgente uma intervenção integrada envolvendo vários serviços afins, no sentido de prevenir, mitigar o sofrimento e empoderar as mulheres, homens, crianças e a comunidade no geral para o combate deste fenómeno em prol de um desenvolvimento são das famílias moçambicanas.

Palavras-chave: Violência doméstica, Cultura, Experiências, Percepções, Fenomenologia.