Estudos da biogeografia são importantes para uma planificação na conservação da biodiversidade com bases científicas. O propósito deste estudo é dividir Moçambique em regiões biogeográficas, com base em dados de vertebrados terrestres, colectados nos últimos 20 anos envolvendo 54 espécies faunísticas.

As regiões biogeográficas foram delimitadas usando clusters hierarquicamente classificados, a partir do índice de Simpson (βsim). As matriz de similaridade foram baseadas na análise de cluster de Ward. O valor do indicador (IndVal), foi calculado para cada espécie, para avaliar o seu nível de afinidade com a região biogeográfica relacionada. A análise de redundância (RDA) foi usada para ligar os fatores ambientais aos agrupamentos de vertebrados.

Os resultados indicam dez espécies de vertebrados, que mais frequentemente foram observadas nomeadamente: pala-pala (Hippotragus niger), búfalo (Syncerus caffer), facoceiro (Phacochoerus aethiopicus), cabrito-cinzento (Sylvicapra grimmia), chango (Redunca arundinum), elefante (Loxodonta africana), boi-cavalo (Connochaetes taurinus), pivas (Kobus ellipsiprymnus), zebra  (Equus quagga) e kudo (Tragelaphus strepsiceros).

Por outro lado, os resultados sugerem uma divisão de Moçambique em seis regiões biogeográficas. A temperatura de amplitude anual, que segue o gradiente este-oeste, tem um papel importante na definição destas regiões biogeográficas. A temperatura, mais a influência do Oceano Índico e a elevação, tiveram uma influência significativa na precipitação, que definem a vegetação e a distribuição dos diferentes grupos de vertebrados no país. Quatro espécies de vertebrados apresentaram valores significativos do IndVal.

Concluindo, o estudo envolvendo os vertebrados terrestres, indicam que Moçambique encontra-se dividido em cinco regiões biogeográficas nomeadamente Niassa, Gilé, Marromeu-Gorongosa, Tete-Oeste, Limpopo-Banhine-Zinave e Maputo-Pande

Palavras-chave: biogeografia, distribuição, vertebrados, biodiversidade, Moçambique