Conferências UEM, X CONFERÊNCIA CIENTÍFICA 2018 "UEM fortalecendo a investigação e a extensão para o desenvolvimento"

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A CONSERVAÇÃO SUSTENTÁVEL DO PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO NO CONTEXTO URBANO: O CASO DA ESTAÇÃO ARQUEOLÓGICA DA MATOLA
Roberto Evaristo Mussibora

Última alteração: 2018-08-15

Resumo


As questões urbanas e suas tensões estão se tornando cada vez mais complexas e desafiadoras exigindo uma consistente renovação de conhecimento por parte dos actores urbanos e formulação de alternativas de acção multidisciplinar (Rezende & Ultramari 2007).

A Arqueologia se dedica a reconstituir as civilizações do passado sob todos os seus aspectos tanto quanto os vestígios materiais o permitem: procura o modo como o homem se comportou e reagiu relactivamente ao seu ambiente natural; quais foram as bases da sua economia; qual foi o seu comportamento individual e social (De Laet 1976:25). Todavia, actualmente, a Arqueologia já não contenta-se apenas em fazer a reconstituição do passado humano através de vestígios materiais, mas está também preocupada com a Conservação Sustentável das estações arqueológicas para ganhos científicos, culturais e turísticos.

Actualmente, devido ao grande interesse que os solos urbanos representam do ponto de vista sócio-económico, as estações arqueológicas sem estruturas tem sido as mais vulneráveis aos actos de vandalismo e ocupação ilegal, apesar da existência de dispositivos legais que preconizam a necessidade de preservação destes espaços. Deste modo, o presente trabalho recorrente da Licenciatura visa apresentar estratégias para uma conservação sustentável e integrada de estações sem estrutura e sem vestígios à superfície, bem como reflectir criticamente sobre à relação “Cidade-Património Arqueológico” tendo como objecto de estudo a estação arqueológica da Matola.

Em Moçambique, para fazer face a este cenário, é necessário a criação de Planos de Gestão e sua implementação. O Plano de Gestão é um instrumento evolutivo que serve para guiar as actividades dos intervenientes de um bem cultural com vista a protecção, salvaguarda, correcta gestão in situ  e sua fruição (Pardi 2002:21).