Última alteração: 2018-08-16
Resumo
Pascoal Cossa, Carvalho Madivate e Arão Manhique
Dióxido de titânio (TiO2) é um pigmento branco usado na indústria de tintas, papel, plásticos, cosméticos e em revestimentos. É obtido a partir de ilmenite (FeTiO3) e rutilo natural (TiO2), extraídos das areias pesadas. Ilmenite é a fonte mais abundante de TiO2. Para a obtenção de TiO2 a ilmenite é convertida em TiCl4 e depois oxidada a TiO2. Alternativamente a ilmenite é convertida em TiOSO4 e depois hidrolisada e calcinada para a obtenção de TiO2 puro. A escolha de uma ou outra rota depende da qualidade da matéria prima e da qualidade do produto pretendido. Muitos minerais de TiO2 apresentam impurezas que tornam necessário um processamento prévio para poderem ser usadas nas duas rotas, por razoes económicas e ambientais. O presente trabalho pretende estudar formas de redução do teor de ferro e outras impurezas dos minerais designados de baixo grau, titanomagnetites ((FeTi)3O4) e titanohematites ((FeTi)2O3), por lixiviação com ácidos minerais.
As amostras usadas neste estudo foram gentilmente cedidas pela empresa Kenmare resources. Os resultados da caracterização mineralógica da amostra de ilmenite mostram que é essencialmente composta de ilmenite (79%), hematite (16%) e rútilo (5%). As principais impurezas presentes na amostra são Si, Ca, Mn, Al e Mg.
O processo de lixiviação foi conduzido com HCl 3M por 60 min a 45 °C e a uma velocidade de agitação de 300 rpm, condições determinadas como óptimas. Nestas condições obteve-se um produto que apresentou como principais componentes ilmenite e rutilo. O método não foi capaz de eliminar toda a hematite presente na amostra mas reduziu o seu teor. O mesmo se verificou para as impurezas como Si, Ca, Al e elementos-traço.
Palavras-chave: ilmenite, lixiviação, óxido de titânio, processo de cloretos, processo de sulfatos