Conferências UEM, X CONFERÊNCIA CIENTÍFICA 2018 "UEM fortalecendo a investigação e a extensão para o desenvolvimento"

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O USO DAS REDES SOCIAIS COMO MEIO DE PROPAGANDA NAS ELEIÇÕES DE 2017 EM ANGOLA: ENTRE A INCLUSÃO DIGITAL E A INFO - EXCLUSÃO DOS POBRES
Francisco Manuel Gina

Última alteração: 2018-08-16

Resumo


O uso intenso da internet tem produzido impactos positivos e negativos nas práticas comunicativas, nomeadamente à interação entre os médias tradicionais e os médias baseados nas redes sociais. Desta relação destaca-se a crescente comunicação assente em meios digitais, cujo acesso esta cada vez mais facilitado pela difusão da internet e dos dispositivos sem fios. A comunicação atêm-se a um importante direito fundamental contemporâneo, o direito à informação, o uso das redes sociais como meio de propaganda nas eleições. Metodologicamente, o estudo foi orientado pelos paradigmas axiológicos e qualitativos, através da análise de conteúdo, tendo por base os princípios da grounded theory, elaborado num processo sistemático de comparação, contraste e codificação dos dados recolhidos. A presente comunicação tem como objetivo identificar alguns traços deste novo paradigma digital no contexto da sua utilização para fins de propaganda eleitoral e do direito ao acesso à informação por parte dos cidadãos. Considerando a importância da inclusão digital na construção de uma sociedade mais justa e de maior progresso social, a reflexão considerou o quadro económico e social angolano marcado por formas acentuadas de desigualdade e marginalização de parte significativa da população, remetida a formas mais ou menos severas de pobreza. A partir deste embasamento a reflexão aponta que o uso das redes sociais nas eleições trouxeram à comunicação variáveis que produziram alterações qualitativas e quantitativas na vida social das populações. Da análise feita dos dados empíricos concluiu-se que dos 25. 789.024 habitantes apenas 2. 119.946 com 5 ou mais anos tem acesso a internet, um número elevado de eleitores foram excluídos das propagandas eleitorais por não terem acesso as redes sociais, o que implica, que o direito à informação é negado por uma condição de pobreza.

 

Palavras-chave: internet, propaganda eleitoral, pobreza.