Introdução: A crescente urbanização desestruturada das cidades africanas, tem sido indicada como um importante factor para o aumento do nível de sedentarismo e da inactividade das crianças, mesmo em idades escolar. O reduzido dispêndio energético, por actividade física (AF), coloca em causa qualquer que seja o benefício de saúde sendo diferente entre o género masculino e femininos.

Objectivos: (1) avaliar e (2) comparar o tempo sedentário das crianças urbanizadas, em idade escolar, de acordo com o género;

Métodos: 344 Crianças, de ambos sexos dos 10 a 12 anos de idade participaram no presente estudo como voluntarias. O nível de actividade física (NAF) foi avaliada através da medida objectiva que preconiza o uso do pedómetro (STEPMAX MVX) durante sete dias consecutivos para estimar o tempo gasto em AF (sedentária, moderada e vigorosa), incluindo o número de passos diários acumulados realizados. A AF moderada e vigorosa (AFMV), considerada benéfica para saúde dos rapazes é estimada em 15000 passos e das raparigas é de 12 000 passos, diários.

Resultados: os rapazes apresentaram mais passos do que as raparigas (83815.37±49843.249 e 66206.90±28832.580, t=3.636, p=0.001) na razão de tempo em AF (10.3±5.58 e 8.3±4.23, t=3.140; p=0.002) por horas acumulados em 7 dias consecutivos. Adicionalmente o tempo sedentário dos rapazes foi inferior que as raparigas (4.021±5.58 e 4.023±4.23, t=-3.104, p=0.002). Contudo, ambos os géneros não atingem a AFMV ideal recomendado para sua idade.

Conclusão: as crianças em idade escolar da zona urbana de Maputo estão sendo cada vez mais inactivas, sugerindo a necessidade urgente da actuação multissectorial dos vários agentes públicos para minimizar o seu impacto.

Palavras Chave: Crianças, Sedentários, Urbanização,