Conferências UEM, X CONFERÊNCIA CIENTÍFICA 2018 "UEM fortalecendo a investigação e a extensão para o desenvolvimento"

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Narrativas de Futuro de Jovens Negras com residência nas periferias brasileiras
Eduardo Mendes

Última alteração: 2018-08-15

Resumo


 

Autor 1: Carlos Eduardo Mendes

Autor 2. Luís Guilherme Galeão Silva

 

As pretensões deste projeto são de elucidar e compreender quais são as narrativas de Futuro de Jovens Negras com residência nas periferias brasileiras. De modo geral, tal ambição é de investigar suas projeções do tempo vindouro através do jeito próprio e comunitário de como elaboram seus sofrimentos, resistem às agruras e buscam seus sonhos. Desse modo, por meio daquilo que têm para dizer do que esperam para o futuro, as palavras que desenharão cada relato via diálogo vivido, isto é, por meio de um diálogo entre pesquisador e colaboradoras nos próprios espaços geográficos, lá onde vivem suas vidas, alimentam esperanças poderão ser mais que palavras. Por meio da relação com o pesquisador, acredita-se que seus versos e expressões edificarão coisas, consequências, tarefas, além de comunicarem desigualdades, mas principalmente, a arquitetura do futuro, a elaboração do sofrimento para que as dores não se tornem dogmas. Questionamos se suas lutas do presente e reminiscências são para jovens negras residentes nas periferias do extremo Sul da cidade de São Paulo e da região noroeste do município de Goiânia, elementos constituintes para lutarem por reconhecimento. As expectativas de futuro são locomotivas de sentimentos de integridade individuais, coletivas, étnica-raciais, assim como de gênero, de anseios comunitários, de coerência pessoal e de grupo na reconstrução de si? Portanto, é oportuno lembrar que nas periferias citadas, se vive sob a atmosfera de elementos representantes da relação entre racismo, pobreza, gênero, genocídio de jovens negros, espaço urbano, entre outros, que nos possibilita o diagnostico de que vivemos em sociedade desigual em plena barbárie, mas que por outro lado, nos permite intuir como traços predominantes entre muitos jovens moradores em tais cenários, as formações de laços de solidariedades, de lutas por direitos, por cultura, por religião, por caraterísticas indenitárias, diversidade sexual, pelas memórias que nutrem sentimentos de pertença étnico-raciais, de rede de relações das comunidades locais. Tudo isso, constituem importantes recursos de investigação que podem auxiliar para a construção de políticas públicas voltadas ao combate à desigualdade social brasileira. Neste aspecto a tradição teórica de crítica social permitirá compreender nas experiências, bem como, nas suas expectativas para o tempo ainda por vir, como estas expectativas se tornam mediadoras para lutarem por reconhecimento. Almejar-se, portanto, ouvi-las com bases no enfoque pesquisa-participante sob a análise da tradição teórica de critica à sociedade, que entende que os conflitos sociais têm origem na ausência de reconhecimento, visto que o reconhecimento pleno só se dá quando indivíduos e grupos são realmente aceitos nas relações com o próximo (amor), na prática institucional (justiça/direito) e na convivência em comunidade (solidariedade).