Conferências UEM, X CONFERÊNCIA CIENTÍFICA 2018 "UEM fortalecendo a investigação e a extensão para o desenvolvimento"

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ALTA FREQUÊNCIA DE INFECÇÕES POR PARASITAS INTESTINAIS EM ADULTOS ASSINTOMÁTICOS NO HOSPITAL MILITAR DE MAPUTO
IRAQUE J CHILAULE, M. J. M. PARRUQUE, H. F. H. COSSA

Última alteração: 2018-08-16

Resumo


Introdução: As parasitoses intestinais são um problema de saúde pública importante principalmente em crianças.

Objectivo: O presente estudo teve como principal objectivo determinar a frequência e o perfil das parasitoses intestinais em pacientes atendidos no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Militar de Maputo.

Metódos: Para tal, fez-se um levantamento retrospectivo de casos com exame parasitológico de fezes referentes ao período de Março de 2013 a Março de 2015. As amostras fecais foram processadas usando o método de Ritchie e examinadas por microscopia por dois técnicos experientes.

Resultados: Do total de 4653 casos, 50.4% eram do sexo masculino, a mediana (intervalo inte-quartil) da idade foi de 37 (25-50) anos e 79.5% no ambulatório. Ao todo, 29.4% estavam infectados por pelo menos um parasita atribuídas a 16 espécies. Os helmintos mais frequentes foram T. trichiura (60.3%), A. lumbricoides (14.4%), S. stercolaris (8.4%), Ancilostomideos (7.6%) e S. mansoni (6.2%). E. coli (35.8%), E. nana (30.0%) e E. histolytica/díspar (27.3%) foram os protozoários mais observados. O monoparasitismo (22.3%) e biparasitismo (5.8%) foram mais frequentes. A frequência e o risco de infecção por pelo menos um parasita foi significativamente menor entre indivíduos do sexo masculino (28.2%), Odds ratio ajustado (ORa)=0.798 (0.695-0.917), mas maior entre indivíduos entre os 6 e 15 anos (31.0%) ORa=1.777 (1.095-2.883); 16 e 25 anos (32.6%) ORa=1.852 (1.196-2.867); 26 e 35 anos (31.5%) ORa=1.734 (1.126-2.670) e maiores de 45 anos (28.9%) ORa=1.618 (1.059-2.471) quando comparados aos de 5 anos ou menos (20.4%). Contrariamente ao esperado, a frequência e risco de infecção entre pacientes assintomáticos foram significativamente mais altas (36.5%) que em sintomáticos no ambulatório (29.3%) ORa=0.647 (0.526-0.796), internados (19.7%) ORa=0.393 (0.264-0.586) e HIV-positivos (23.6%) ORa=0.443 (0.305-0.644).

Conclusão: Estes resultados mostram implicações importantes na saúde pública, mostrando que a melhoria das condições e educação sanitária baseada na comunidade, a implementação de programas de tratamento massivo em adultos pode cortar o ciclo de transmissão e reduzir prevalência na idade pediátrica.

Palavras-chave: Frequência, Helmintos, Adultos, HMM