As políticas económicas sobre o desenvolvimento agrícola conduziram a grandes mudanças na organização económica e social dos pequenos camponeses. O crédito agrário é uma componente importante para o desenvolvimento de uma agricultura que permite aumentar o rendimento e rentabilidade das familias rurais. O acesso ao crédito constitui um grande incentivo para o contínuo desempenho deste sector. Ao abordarmos a questão do acesso ao crédito, pretendemos demonstrar que, apesar das políticas agrárias apontarem para um maior fortalecimento e crescimento dos pequenos camponeses, estes enfrentam constrangimentos quanto à atribuição do crédito agrário. Para a elaboração do artigo, foram usados vários métodos e técnicas de pesquisa, com destaque para consulta de documentos escritos e realização de entrevistas estruturadas. Através de entrevistas efectuadas aos pequenos camponeses, extencionistas e membros do conselho consultivo procuramos trazer a percepção destes quanto ao problema de atribuição de crédito aos pequenos camponeses.Observou-se que o facto de existirem requisitos diferenciados como posse e tamanho de terra, bens de garantia e renda, na atribuição de crédito agrário aos pequenos camponeses, têm afectado principalmente a classe mais baixa de camponeses. Esta é constituída por pequenos camponeses com poucas posses e sem colaterais que possam justificar a concessão de crédito nas actuais regras bancarias.Concluiu-se que os requisitos para obtenção do crédito agrário tem dificultado um número significativo de pequenos camponeses a acederem ao crédito para desenvolverem as suas actividades. Esta dificuldade está relacionada a documentação, a idade avançada, a má qualidade de terra e a falta de transparência no processo selectivo dos beneficiários.

Palavras- chave: pequenos camponeses, crédito agrário, Chókwè.