As lamas produzidas nos filtros e decantadores das estações de potabilização da água que usam técnicas convencionais podem possuir na sua composição sulfatos, cloretos, sódio, potássio, sílica, cálcio, magnésio e outros elementos resultantes da adição de coagulantes, adjuvantes e desinfectantes durante o tratamento.

Neste âmbito, o presente trabalho foi desenvolvido com o propósito de caracterizar quantitativa e qualitativamente as lamas produzidas nos filtros e decantadores da estação de tratamento das águas do rio Umbeluzi de forma a propor formas de seu aproveitamento.

Neste trabalho, a determinação quantitativa das lamas foi possível com recurso ao método de fórmulas empíricas e a qualitativa por meio de análises laboratoriais, onde quimicamente observou-se que tanto as lamas dos filtros, assim como dos decantadores apresentavam óxido de silício, cloretos, potássio, cálcio e magnésio.

A presença excessiva da sílica nas amostras analisadas foi influenciada pela técnica de lavagem dos filtros e por factores como, características da água bruta, equipamento usado para a captação (bombas) e método usado no pré-tratamento

De acordo com as características das lamas, foi constatado que as lamas provenientes desta estação possuem caracter orgânico e podem ser incorporadas como matéria-prima no fabrico de cimento em substituição ao calcário; podem ser usadas na indústria cerâmica no fabrico de tijolos e outros materiais cerâmicos; e sua larga aplicação estende-se até na agricultura onde pode ser usada na compostagem.

Palavras-Chave: Tratamento da água, Filtro e Decantadores, Lamas

Autores: Estêvão Hélder Uamusse e António José Cumbane