A maioria (45%) dos agregados familiares africanos ainda não tem acesso a água potável. Em Moçambique, o acesso à água potável é distorcido, onde 28% dos agregados familiares têm acesso a água nas áreas rurais, comparados com 78% nas áreas urbanas. O acesso limitado à água potável nas áreas rurais irá piorar devido à crescente demanda deste recurso ao longo do tempo. Estes cenários exigem a implementação de diferentes serviços para melhorar o abastecimento de água nas áreas rurais. Esta, exige o conhecimento da vontade das famílias rurais para pagar por esses serviços. No entanto, esse conhecimento não está prontamente disponível no país. Portanto, este estudo analisa a disposição das famílias rurais em pagar pelos serviços de abastecimento de água e, em particular, no Posto Administrativo de Sabie. Para responder a este objectivo, os agregados familiares declarararam a sua disposição a pagar por serviços de abastecimento de água, incluindo o montante a pagar. Utilizando o modelo logístico, os determinantes da disposição a pagar foram avaliados e utilizando o método dos mínimos quadrados ordinários, os determinantes da quantia que os agregados familiares estão dispostos a pagar também foram analisados. Os resultados revelam que a disposição média a pagar pela água aumenta com o aumento da renda familiar e diminui com o aumento da idade de chefe de família e preço da água. A quantidade média que as famílias estão dispostas a pagar pela água é de 59,8 Mts/m³, o que corresponde a 1USD/m³. À medida que o agregado familiar aumenta, a vontade de pagar pela melhoria dos serviços de água diminui em 2,7 Mts m³ e os homens estão dispostos a pagar mais 57,2 Mts/m³ por água do que as mulheres. Esses resultados revelam que a promoção de actividades visando melhorar a renda familiar pode influenciar positivamente a disposição a pagar pelos serviços de abastecimento de água.

Palavras-chave: água,agregados familiares, , disposição a pagar, serviços de abastecimento de água.