A presente comunicação pretende analisar dentro do espaço poético da obra Morte e Vida Severa Auto de Natal Pernambucano do autor João Cabral de Melo Neto, as temáticas relacionadas à oralidade, identidade e memória cultural do Nordeste do Brasil.

Iremos trabalhar com tal poema dramático, regionalista e modernista, que é enquadrado em 18 quadros e cenas. Como também, teremos na obra do poeta João Cabral de Melo Neto a observação do contexto diante ao formato popular dos versos curtos, comuns nos autos medievais galego-portugueses, tendo como circunstância um nascimento “o Natal” em sua nova estada, agora situada no sertão nordestino do Brasil.

Nossa intenção na apresentação desta pesquisa está no olhar das características da literatura medievais galegas e suas alegações sociais por meio de textos satíricos e com críticos, como também mostrar a riqueza estilística da obra literária e sua proximidade da cultural da oralidade medieval.

Trabalhamos neste projeto dentro do espaço do poema e de suas abordagens relacionadas às alegações sociais, a seca que é uma falta de água que ocorre em uma região do semi-árido ou polígono de seca no Brasil. Nessa região, são 1.348 municípios, localizados nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, compreendendo grande parte do nordeste geoeconômico brasileiro. Observamos também as injustiças políticas e sócias quanto a Reforma Agrária e a impunidade dos latifundiários por crimes cometidos contra a vida humana, diante da perspectiva da Literatura de Cordel, e seu composto identitário.

Palavras-chave: Memória Galego-Português, Literatura de Cordel, Oralidade, Imaginário, João Cabral de Melo Neto.