Última alteração: 2018-08-16
Resumo
Os Ritos de Iniciação é uma prática cultural que vem sendo desenvolvida há anos pela população de Lichinga, ao norte de Moçambique. Nos últimos anos tem se levantado debates sobre os quais circula o discurso de que este ritual atrapalha o calendário escolar. Assim sendo, neste artigo, estamos preocupados em apontar algumas ideias sobre o dilema entre os Ritos de Iniciação que faz parte da cultura popular e a educação formal, propagada pelo Estado, apresentando alguns desafios que o currículo escolar primário tem perante a prática desses ritos. Buscamos, portanto, compreender os Ritos de Iniciação como uma prática cultural que vem sendo debatida como um problema, devido a seu tempo de execução em relação ao calendário escolar. Para isso nos debruçamos sobre material bibliográfico documental e nos utilizamos da nossa experiência de observação sobre a problemática dos Ritos e a Educação em Moçambique. Será que a cultura tem que seguir a educação ou a educação a cultura? Seria uma desordem uma educação que respeite os limites da sua intervenção na formação dos homens no espaço? Muita das vezes entramos em contato ou ouvimos falar da educação libertadora de Paulo Freire. Como seria esta educação para Moçambique e para Lichinga e a sua cultura? Um dos resultados a que chegamos é que a sabedoria popular passada neste processo não é tida como um gerador de conhecimentos aprendidos na sociedade que representa a população local, manifestada pelos ritos, cantos e danças. Na trilha do nosso debate trouxemos as falas de (BRANDÃO, 2007), (CAHEM, 1994), (DH-UEM, 2000), (OSÓRIO E MACUÁCUA, 2013), (HONWANA, 2002) e (MACEDO, 2006, 2009, 2015, 2016, 2017).
Palavras-chave: Cultura Popular. Educação. Currículo. Ritos e Ensino.