Conferências UEM, X CONFERÊNCIA CIENTÍFICA 2018 "UEM fortalecendo a investigação e a extensão para o desenvolvimento"

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PERCEPÇÕES COMUNITÁRIAS SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO E VACINAÇÃO CONTRA VÍRUS DO PAPILOMA HUMANO EM MOÇAMBIQUE
Olga da Gama Lobo Cambaco, Khatia Rebeca Munguambe, CAROLINA MINDU, Yara Alonso, Azucena Bardaj, Elisa Mavili, Graca Matsinhe, Eusebio Macete, Clara Menéndez, Esperança Sevene

Última alteração: 2018-08-08

Resumo


Introdução: As taxas de incidência e mortalidade do cancro do colo do útero em Moçambique estão entre as mais altas do mundo. Em resposta à urgência da introdução da vacina contra o vírus do papiloma humano, o país realizou um programa de demonstração, entre 2014-2015. Objectivo: Avaliar a conscientização em relação ao cancro do colo do útero e infecção por vírus do papiloma humano como parte da avaliação da viabilidade da introdução da vacina no país.

Materias e métodos: Um estudo qualitativo foi realizado em três distritos do país. Foram realizadas 27 discussões em grupos focais com membros da comunidade. A análise de conteúdo foi realizada para classificar as informações sobre doenças percebidas no útero, interpretação de sintomas do cancro do colo do útero, prevenção, tratamento e vacina contra o vírus do papiloma humano.

Resultados e discussão: O termo “cancro do colo do útero” foi mencionado apenas por líderes comunitários, agentes polivalentes elementares e mulheres em idade reprodutiva. Identificamos alguns termos locais equivalentes a cancro do colo do útero como: mudzoko/ mbombo e ku bola xibelekelo. Mesmo os participantes que não reconheciam o termo estavam familiarizados com os sintomas compatíveis, como: corrimento, hemorragias e dores na zona pélvica. A comunidade atribuiu esses problemas de saúde à várias causas, incluindo os hábitos alimentares e relações sexuais. Em relação a percepção da vacina, foram identificados diferentes conotações que podem constituir barreiras à não vacinação: desconfiança nos canais de comunicação, proibições religiosas, medo da vacina encorajar a actividade sexual e medo de efeitos colaterais.

Conclusão: Há necessidade de conscientizar e reforçar as informações sobre sinais, sintomas e prevenção conhecidos pela comunidade e relacionar com o cancro do colo do útero, e esclarecer sobre a natureza, propósito e benefícios da vacina.

Palavras-chaves: Percepções, Cancro do colo do útero, Vacina, Vírus do papiloma humano.