Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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MAPEAMENTO E AVALIAÇÃO DE ECOSSISTEMAS E SEUS SERVIÇOS NO CORREDOR DO LIMPOPO
Focas Francisco Bacar, Almeida Alberto Sitoe

Última alteração: 2023-08-05

Resumo


Nas regiões áridas, onde os eventos extremos como cheias e secas são mais frequentes, os ecossistemas permitem a proteção e adaptação local das pessoas. Moçambique é um dos países da África Austral com extensas áreas áridas; todavia, pouco se sabe sobre a distribuição, diversidade e serviços de ecossistemas dessas regiões, em particular a zona sul onde essas áreas suportam mais de 3 milhões de pessoas. Este estudo tem como objetivo mapear a distribuição espacial e avaliar a estrutura, diversidade e composição florística dos ecossistemas e seus serviços no Corredor do Limpopo, Província de Gaza. Com base na amostragem aleatória estratificada, estabelece-se 112 parcelas em 18 ecossistemas; todas as espécies de plantas presente em cada parcela foram avaliadas. O mapeamento fez-se usando as abordagens de análise de imagem baseada em objecto e, os serviços de ecossistemas foram avaliados através de dados de inquérito. Ademais, o corredor foi dividido em duas zonas com base no tipo de clima e cada zona avaliou-se a diversidade, estrutura e composição florística. Foram identificados e mapeados no total 27 ecossistemas, distribuídos em 4 reinos, 8 biomas, 14 grupos funcionais e 19 ecossistemas regionais. A precisão geral do mapa de ecossistemas foi de 95,77%. Em média, a precisão do produtor foi de 93,3% e a precisão de utilizador foi de 91,7%. Registou-se 724 espécies de plantas, sendo 138 arbóreas, 132 arbustivas/pequenas árvores, 80 arbustivas, 40 lianas, 41 trepadeiras, 20 rastejantes, 147 herbáceas, 86 gramíneas, 1 carnívora, 10 bulbosas, 2 palmeiras, 6 rizomas e 21 suculentas. Registou-se uma dissimilaridade significativa entre os ecossistemas quanto à composição florística. A estrutura, diversidade e composição florística da zona subhúmida seca foi superior à zona semiárida. Este estudo pode providenciar informações cruciais para traçar e implementar medidas de adaptação aos impactos das mudanças climáticas nas zonas áridas.