Os briquetes foram fabricados pela primeira vez na Indústria Naval dos Estados Unidos em 1848, com o objectivo de substituir o carvão vegetal e a lenha, e são produzidos a partir do reaproveitamento de resíduos orgânicos. Em Moçambique geram-se grandes quantidades de resíduos orgânicos que são pouco reaproveitados por falta de conhecimento. Portanto, a utilização de resíduos sólidos orgânicos para a produção de biocombustível é uma alternativa para reaproveitar os resíduos sólidos orgânicos gerados. Este trabalho tem como objectivo avaliar a eficiência dos briquetes produzidos a partir da mistura de bagaço de cana-de-açúcar e resíduos de papel como biocombustível. Três misturas de resíduos com 20%, 50% e 80% de papel foram caracterizadas química e fisicamente no Departamento de Engenharia Química, na Faculdade de Engenharia. As misturas de 20%, 50% e 80% de papel apresentaram teores de cinza de 19.2%, 14.2% e 17.0%, teores de voláteis de 79%, 80% e 82%, teores de carbono fixo de 1.81%. 6.12%, 1.02% e poder calorífico útil de 8.31 MJ/kg, 9.79 MJ/kg, 8.49 MJ/kg, respectivamente, e estão dentro dos limites recomendados, podendo ser usadas  para a produção de briquetes. Os briquetes produzidos a partir das misturas de papel e bagaço de cana-de-açúcar com cerca de 20%, 50% e 80% de papel, foram avaliados com base no índice de combustão (3.66, 4.36 e 4.60), temperatura máxima de combustão (575^oC, 600 ^oC, 675 ^oC), respectivamente. Os briquetes apresentaram condições energéticas superiores (9800-10700 MJ/m³) às do respectivo material in natura (1900-2200 MJ/m³). Com base nos resultados apresentados, pode se concluir que misturas de papel e de bagaço de cana-de-açúcar podem ser usadas para a produção de briquetes com alto poder energético. Por fim, a utilização dos briquetes para a produção de briquetes e uma possibilidade de redução de emissões de gases de efeito estufa.

Palavras-chave: bagaço de cana-de-açúcar, resíduos de papel de escritório, briquetes, carvão vegetal.