Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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PREVALÊNCIA DE COLONIZAÇÃO NASAL POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE À METICILINA E GLICOPEPTÍDEOS EM INDIVÍDUOS SINTOMÁTICOS E ASSINTOMÁTICOS
Alberto Romão Sineque, Alexandre Buce, Manuel Naiene, Armando Mabasso, Alda Chongo, Aidate Mussagy

Última alteração: 2023-08-05

Resumo


A bactéria Staphylococcus aureus, particularmente a resistente à meticilina é reconhecido como o principal agente causador de infecções estafilocócicas nosocomiais, como também associadas à comunidade. O rastreio da colonização nasal por S. aureus resistente à meticilina é importante para adopção de estratégias de prevenção e controlo da infecção, como também para fornecer informações úteis para orientar a terapia antimicrobiana. Este estudo teve como objetivo determinar a prevalência da colonização nasal por S. aureus e investigar seu perfil de resistência antimicrobiana à meticilina e glicopeptídeos em ambientes hospitalares e não hospitalares na Universidade Eduardo Mondlane, Maputo. Foram recrutados entre Junho a Outubro de 2022, 128 participantes, entre eles, pacientes ambulatoriais sintomáticos atendidos na Clínica Universitária, e estudantes assintomáticos. Foram colhidas amostras nasais anteriores, que foram cultivados e testados para S. aureus usando métodos microbiológicos padrão. O perfil de suscetibilidade a antibióticos foi investigado usando técnicas de difusão em disco e diluição em ágar. Um total de 50 (39,1%) isolados de S. aureus foram obtidos das 128 amostras nasais coletadas. 104 (31,3%) dos isolados foram de universitários e 24 (7,8%) de pacientes ambulatoriais. Foi observada resistência à cefoxitina/meticilina em 7,8% dos isolados de S. aureus e, 14,1% e 11,7% de resistência presuntiva à teicoplanina e vancomicina, respectivamente. E 14 (28%) de todos os isolados de S. aureus mostraram resistência presuntiva a pelo menos dois antibióticos testados, sendo 2 deles (4%) multirresistentes (para meticilina, vancomicina e teicoplanina), enquanto, 6 (12%)  mostraram resistência presuntiva combinada a ambos antibióticos glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina). Estes resultados mostram a necessidade de reflexão na atenção sobre estratégias de prevenção da disseminação de S. aureus, particularmente as estirpes resistentes a antibióticos, para populações mais vulneráveis, onde as consequências de suas infecções podem ser graves.

Palavras-chave: Antibióticos, colonização nasal, multirresistência, Staphylococcus aureus.