Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE MERCÚRIO EM ALFACE IRRIGADA POR DIFERENTES FONTES DE IRRIGAÇÃO NA ZONA DO INFULENE
Hana Sirane Kereta

Última alteração: 2023-08-07

Resumo


aUniversidade Eduardo Mondlane, Departamento de Química

bUniversidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal

Universidade Eduardo Modlane, Faculdade de Medicina, Departamento de Bioquímica

Resumo

A alface é uma das hortícolas mais consumidas em Maputo, e possui como centro de produção o Vale do Infulene. O presente trabalho teve como objectivo avaliar a presença de mercúrio em alface cultivada nessa zona e irrigada pelas fontes de água subterrânea,  rio Mulaúze, e efluente da Estação de tratamento de águas residuais, localizada no mesmo bairro. As amostras foram colectadas em dois ciclos de plantio de alface. Em cada ciclo foram colectadas amostras de água, estrume, solo e alface. As amostras de água foram colectadas semanalmente, amostras de estrume no momento de adubação e de alface na colheita.  Para os solos, foram colectadas antes e depois da colheita da alface, a profundidades entre 0 e 80 cm de profundidade. As concentrações de mercúrio nas amostras foram determinadas usando o analisador de Mercúrio Lumex (espectrofotómetro de absorção atómica). As concentrações de mercúrio em alface dependendo da fonte de irrigação apresentaram-se na ordem:  água subterrânea >  água residual >  água do rio >  água subterrânea próxima a estação. Os solos apresentaram maior teor  de mercúrio nos campos irrigados com água residual e água do rio, com maior acúmulo nas camadas de 0-20 cm. Em contraste, para solos  irrigados com águas subterrâneas, a concentração de mercúrio foi menor nessas camadas. A água subterrânea foi a fonte com maior teor de mercúrio nos dois ciclos analisados, enquanto que as concentrações de mercúrio na água residual apresentaram-se baixas. Em conclusão,  as amostras analisadas apresentaram teores de mercúrio abaixo do limite estabelecido pela FAO e WHO, indicando que não há risco de contaminação por mercúrio pelo consumo de alface, e que os solos e as fontes de irrigação analisadas, apresentam uma baixa contribuição de teor de Hg, não oferecendo risco para a prática agrícola.

Palavras-chave: alface, mercúrio, solos, água residual, água subterrânea, rio Mulaúze.