Última alteração: 2023-08-07
Resumo
Introdução: As estirpes de S. aureus produtoras de enterotoxinas e resistentes constituem uma ameaça a saúde pública, principalmente nos países de baixa e média renda, onde antibióticos de segunda linha são escassos, contribuindo para a ocorrência de elevadas taxas de morbi-mortalidade.
Objectivo: Detectar os genes de resistência e virulência em estirpes de S. aureus isoladas de amostras de pus e sangue de pacientes atendidos no Hospital Central de Maputo.
Metodologia: O estudo foi descritivo transversal restrospectivo realizado entre Fevereiro e Junho de 2023. Foram incluídas 53 estirpes, de S. aureus isoladas de amostras de pus e sangue de pacientes atendidos no Hospital Central de Maputo em 2021, existentes no Biobanco da Faculdade de Medicina e com perfil de susceptibilidade aos antibióticos, incluindo à meticilina, previamente determinado. Os genes de resistência (mecA, femA) e virulência (spa, sei), foram identificados usando a Reacção em Cadeia de Polimerase e os dados foram analisados através do programa estatístico SPSS-21.
Resultados: Um total de 53 isolados de S. aureus (22 sensíveis e 31 resistentes à meticilina) foi incluído no estudo, dos quais 49 (92%) e 6 (11%) isolados apresentaram os genes de virulência, spa e sei, respectivamente. Os genes de resistência à metilicina, mecA e femA foram detectados em 11 (35.5%) e em 20 (65.5%) estirpes, respectivamente. A coexistência dos genes de virulência e resistência (spa, sei e femA) foi observada em 3 (6%) e (spa, mecA) em 11 (21%) isolados.
Conclusão: As estirpes de S. aureus isoladas de pacientes atendidos no Hospital Central de Maputo apresentam factores de virulência (spa, sei) e seu mecanismo de resistência à meticilina está associado aos genes mecA e femA. O estudo sugere a contínua vigilância e caracterização molecular das infecções por S. aureus, incluindo a aplicação de medidas de controlo.
Palavras-chave: Staphylococcus aureus, genes de resistência, virulência, pus, sangue.