Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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OPÇÕES DE EXTRATOS BOTÂNICOS PARA O CONTROLO DA LAGARTA DO FUNIL DE MILHO EM MOÇAMBIQUE
Laura da Graça Canhanga

Última alteração: 2023-07-01

Resumo


A lagarta do funil Spodoptera frugiperda é a principal praga de milho em todo o mundo, podendo causar 96,6% das perdas de milho em grãos. Invasiva em Africa e detectada em Moçambique em 2017, os seus impactos negativos levaram a um aumento significativo do uso de insecticidas sintéticos, como medida emergencial, que, por sua vez tornou a produção de milho dispendiosa para além de elevar as preocupações com possíveis problemas ambientais, saúde humana, resistência e mortalidade de inimigos naturais. O uso de extratos botânicos é considerado uma alternativa viável ao uso de insecticidas químicos pois são seguros tanto para o ambiente como para o aplicador. No entanto, permanecem obstáculos consideráveis ​​para sua adoção generalizada pois dados sobre sua eficácia são escassos. Foram testados extratos botânicos: Canavalia ensiformis, Tephrosia purpurea, Azadirachta indica, Bixa orellana, Thevetia peruviana, Gomphrena celosioides, Trichilia emetica e bio-oil (fertilizante e insecticida á base de piri-piri, tabaco, margosa, cinza, folhas de mafurreira e esterco bovino). Conduziram-se diferentes bioensaios, onde cada tratamento foi constituído por 10 lagartas (do terceiro instar) individualizadas em frascos, as quais foram alimentadas com folhas tratadas e registada a mortalidade as 24h, 48h, 72h e 96h após o tratamento. Folhas de A. indica (margosa) causaram 85% de mortalidade de lagartas, folhas de G. celosioides e biol atingiram 57.5% de mortalidade após 72h e, menor percentagem de mortalidade em laboratório foi observado no extracto de T. emetica (22.5%), T. peruviana (11.32%) e C. ensiformes (37.5%). Avaliado o bio-oil de forma isolada, maior percentagem de mortalidade foi observada na solução de biol a 80% (55%) com as restantes concentrações (20%, 40% e 60%) tendo apresentado percentagens de mortalidade inferiores a 50%. A margosa, folhas de G. celosioides e bio-oil apresentaram potencial para o controlo da lagarta do funil do milho.