Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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FREQUÊNCIA DE DIABETES-MELLITUS EM PACIENTES COM TUBECULOSE E VIRUS-DE-IMUNODEFICIÊNCIA-HUMANA EM TRÊS UNIDADES-SANITÁRIAS DE MAPUTO, 2021
Izilda de Fátima Raúl Matimbe, A Belo, E Nhantumbo, J Sacarlal, L Gonzaga, T Langa, N Luis, A Sineque, V Nhamagone, T Mussa

Última alteração: 2023-08-03

Resumo


Introdução/Objectivo: A Diabetes mellitus e a Tuberculose constituem um problema de saúde pública, e as evidências da existência de uma associação entre ambas tem preocupado os sistemas de saúde visto que a diabetes pode piorar o estado clínico dos pacientes com tuberculose bem como interferir no metabolismo dos fármacos anti-tuberculose. O estudo teve como objectivo analisar a frequência de diabetes mellitus em pacientes diagnosticados com tuberculose com/sem vírus da imunodeficiência humana em três unidades sanitárias de Maputo.

Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, prospectivo, realizado entre Fevereiro-Dezembro de 2021, em três unidades sanitárias de Maputo: 1º de Maio (cidade de Maputo), Matola C e Machava II (cidade da Matola), tendo como grupo-alvo voluntários atendidos nas três unidades sanitárias, que testaram positivo para tuberculose, com/sem o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Aos participantes foi administrado um questionário para a recolha de dados sociodemográficos e de saúde, fez-se o teste da diabetes através do exame de Hemoglobina-glicosilada (HbA1c) – kit de teste rápido de HbA1c (HbA1c<6%: não diabéticos; HbA1c=6-6,4%: pré-diabéticos; HbA1c≥6,5%: diabéticos), e teste de HIV (testes rápidos DetermineTM e UnigoldTM). Os dados foram lançados na plataforma RedCap e analisados no pacote estatístico SPSS v.20. Fez-se uma análise descritiva, aplicando o teste X2 para comparar os grupos.

Resultados: coletou-se 170 amostras de sangue nas três unidades sanitárias. A frequência de pacientes diabéticos, pré-diabéticos e não diabéticos foi 16,5%, 19,4% e 64,1%, respectivamente; 47,1% dos pacientes eram seropositivos e 52,9% seronegativos. Na análise da existência de associação entre diabetes com serologia para HIV e hábitos tabágicos, verificou-se associação somente entre hábitos tabágicos e pré-diabetes (p-value=0,017).

Conclusão: A frequência de Diabetes mellitus observada foi elevada. O factor de risco identificado para diabetes foi consumo de tabaco. É necessário que sejam feitos estudos similares com um tamanho de amostra maior.

Palavras chave: Diabetes mellitus, Tuberculose, Associação Diabetes mellitus-Tuberculose.