Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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A relação do sono com o desempenho académico nos estudantes do medicina
Emília Pinto Miquidade

Última alteração: 2023-08-05

Resumo


A relação do sono com o desempenho académico nos estudantes do medicina

Leovegildo Mussane 1,  Noyimp Chuquela 1, Érica Saygid 1, Sanaa Bhikha 1, Naghayna da Costa 1, Loila Cuna 1, Sharon Arroz 1, Isaias Alberto 1, Edvânia Macicame 1, Swábirah Ustá 1, João Schwalbach 1, Emília Pinto 1, Tomás Zimba 1.

1 Instituto superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique

Introdução: A influência do sono no desempenho acadêmico é relevante pois tem sido notório o sacrifício das horas de descanso por parte dos estudantes de medicina, principalmente em vésperas de avaliações. O trabalho tem por objectivo avaliar a relação entre o sono e aproveitamento pedagógico bem como factores associados.

Metodologia: Foi realizado um estudo observacional, transversal de Março – Abril de 2023 aos estudantes do 2⁰ ano, de Medicina Geral do ISCTEM. O estudo foi realizado através de um inquérito elaborado pelo grupo, com 22 questões. Foram consideradas como variáveis de estudo as ocupações dos estudantes, o seu estado civil, o número de cadeiras que possuem em atraso e as horas de sono de cada estudante. A análise de dados foi feita usando o pacote Excel e os resultados apresentados em proporções e médias.

Resultados: Dos 48 estudantes, 85% eram do sexo feminino, 79% entre 18 -21 anos de idade. Em relação as horas de sono, 58% referiu dormir entre 4-6 horas, 29% dorme 6-8 horas, 9% entre 2-4 horas por noite e 4% entre 8 a 10 horas por noite. Aos finais de semana: 44% ocasionalmente passa noites sem dormir; 42% dorme normalmente e 14% passa noites sem dormir. Destes, 32% dos inquiridos referiu sono com frequência durante as aulas, 32% raramente sentia sono nas aulas, 29% referiu sono ocasionalmente durante às aulas, 23% referiu insônia, 12% queixou-se de paralisia de sono frequentemente, 6.5% referiu pesadelos frequentes, 3% reportou nunca ter tido sono durante às aulas. Em relação ao curso, 75% reportou sentir-se pressionados pela natureza do curso: 30% afirmou que dorme à altas horas da noite por essa razão, 13% afirmou que a pressão tem algum impacto negativo no seu desempenho académico, 32% afirma que não impacta de forma alguma o seu desempenho. Os participantes referiram que 57% realiza alguma actividade fora do contexto académico, 50% tinham cadeiras em atraso, 40% referiu que as actividades que realizavam tinam alguma influência na qualidade do seu sono. Em relação aos traumas psicológicos, 31% dos inquiridos referiu possuí-los, 66% pousava os dispositivos eletrónicos menos de 30 minutos antes de ir à cama, 29% pousa os dispositivos 1 a 2 horas antes de ir à cama. Em relação à medicação e refeições, 40% referiu passar 3 refeições diárias, 33% toma apenas 2 e 26% toma mais de 3 refeições diariamente e 7% fazia alguma medicação rotineira respectivamente. No que diz respeito as substâncias psicoactivas, 22% dos inquiridos referiu consumí-las. Quanto ao desempenho acadêmico, 41% dos inquiridos considera-o bom, 34% suficiente, 4% excelente e 4% mau.

Conclusões: A falta de sono durante a noite é comum entre os estudantes, facto este que pode estar relacionado com o uso de dispositivos eletrónicos e consequente exposição à luz durante a noite. Mais de metade dos estudantes realizavam alguma actividade fora do contexto académico e mais de metade deles sente que tais actividades influenciam na qualidade do seu sono e consequentemente na disposição que apresenta às aulas.