Conferências UEM, XII CONFERÊNCIA CIENTÍFICA DA UEM 2023: Investigação, Extensão e Inovação no Contexto das Mudanças Climáticas

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FREQUÊNCIA DE GRAVIDEZ PRECOCE EM ADOLESCENTES ATENDIDAS NO HOSPITAL GERAL DE MAVALANE NO PERÍODO DE 2020-2021
Edelmira da Gloria Fernando, Esselina Tomas Fuel

Última alteração: 2023-08-08

Resumo


O início da prática de relações sexuais na adolescência acarreta inúmeras consequências indesejáveis, dentre as quais a gravidez precoce. A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública em todo o mundo devido aos malefícios que uma gravidez precoce pode trazer na vida das adolescentes principalmente nos países em vias de desenvolvimento, do qual Moçambique faz parte.
Este trabalho teve como objectivo avaliar a frequência de gravidez precoce em adolescentes atendidas na Maternidade do Hospital Geral de Mavalane no período de 2020-2021 e relacionar a idade das adolescentes com o tipo de parto, idade gestacional e peso do recém-nascido. Os dados foram recolhidos do livro de registo de partos da Maternidade do Hospital Geral de Mavalane e analisados por meio do programa Statistical Package for Social Sciences SPSS versão 21.0. Estatísticas descritivas e testes de associação foram realizadas a um nível de significância de 5%, e valores de p <0.05 foram consideradas estatisticamente significativos.
Foram recolhidos dados de 1490 adolescentes cuja idade variou entre 12 e 19 anos com uma média de 17.7 anos e desvio padrão de 1.296. A idade mais frequente foi de 19 anos (34.1%; 508/1490). Do total de adolescentes, 98.3% (1465) estavam na fase final da adolescência (entre os 15 a 19 anos) e 1.7% (25) estavam na fase inicial da adolescência (dos 10 aos 14 anos).  
A frequência de gravidez observada no período de Maio de 2020 a Dezembro de 2021 foi de 10.46% (1490/14241) maioritariamente em adolescentes na fase final da adolescência e a maioria das adolescentes eram primigestas. A analise da relação entre a fase da adolescência com os resultados da gravidez, tais como, o peso do recém-nascido (p=0.185), o tipo de parto (p=0.405), tempo de gestação (p=0.776), estado serológico para o HIV (p=0.624) e o desfecho (p=0.352), não mostrou diferenças estatisticamente significativas (p> 0.05)
Os resultados encontrados demonstram um início de actividade sexual muito precoce com alto risco de infeção por HIV e complicações de gravidez afectando a saúde da adolescente e consequentemente do recém-nascido. Torna-se portanto importante reforçar a educação sexual integrada e compreensiva para a promoção do bem-estar da adolescente realçando a importância do comportamento sexual seguro.
Palavras-chave: Gravidez precoce, Adolescentes, Frequência. Complicações na gravidez.