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O trabalho propôs-se a fazer uma análise geopolítica e geoestratégica da zona de Conflito no Centro de Moçambique de modo a responder quais as potencialidades e vulnerabilidades desta região, numa perspectiva virada para os fatores físicos, humanos, de circulação, tecnológicos e científicos e sua influência sobre o conflito político-militar. Para o alcance desse objetivo recorreu-se a uma abordagem descritiva e qualitativa baseada na observação dos diferentes episódios e condições em que foram efetuados os ataques. Os resultados encontrados indicam que a base de apoio social da Renamo associada às raízes da sua formação tanto como a localização geoestratégica da zona centro, propiciam de sobremaneira as manobras deste movimento, pois os pontos de maior incidência dos ataques são fulcrais na dinâmica e na movimentação da economia nacional. Ainda mais, torna-se necessária a rápida compreensão por parte do governo sobre a necessidade de potenciar esta zona do país com políticas inclusivas e dinâmicas que o permitam exercer a soberania do estado salvaguardando os aspetos históricos que tornam esta região insensível à resistência ao governo de Maputo. Em termos de potencialidade e fragilidades, verificou-se que a zona é rica em recursos desde os florestais, minerais, agrícolas, com uma rede hidrográfica extremamente invejável. Trata-se de uma região atravessada por quatro corredores fulcrais para o desenvolvimento do país, com destaque para as linhas férreas e estradas que ligam o país do sul ao norte e do Porto da Beira no índico aos países do interior. Em termos de fragilidade, importa referenciar que a zona é propensa a inúmeros eventos climáticos como cheias e ciclones.