T Gasolina¹,L Vilanculo¹, O Saúde¹, M Veterano¹, A Guisseve^1,2, V Muiuane^1,2, F Fernandes^1,2

¹Serviço de Anatomia Patológica-HCM

²Faculdade de Medicina-UEM

Introdução: O cancro ginecológico é um problema de saúde pública em todo o mundo, responsável por altas taxas de morbimortalidade. Em Moçambique, o cancro do colo do útero é o mais frequente, representando 21% dos cancros na mulher.

Objectivos: Descrever o perfil de ocorrência dos cancros ginecológicos diagnosticados no Serviço de Anatomia Patológica (SAP) do Hospital Central de Maputo (HCM).

Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal e descritivo. Foram incluídos todos os cancros ginecológicos diagnosticados no SAP-HCM no período de 2019-2021.

Resultados: Dos 3771 cancros femininos diagnosticados, 1789 (47.4%) corresponderam a cancros ginecológicos. O cancro do colo do útero foi o mais frequente (87.4%) seguido do cancro da vulva (6%) e do ovário (2.8%). Um terço das pacientes com cancro ginecológico estavam na faixa etária dos 35-44 anos. O carcinoma epidermóide foi o tipo histológico predominante (87.7%), seguido do adenocarcinoma (11.4%) e do leiomiossarcoma (0,2%). Mais de metade dos casos eram provenientes do HCM e os restantes das outras unidades sanitárias do sul do país.

Conclusão: Este estudo demonstra o peso dos cancros ginecológicos diagnosticados no sul de Moçambique. Apesar do cancro do colo do útero ser o mais frequente, o cancro da vulva tem estado a aumentar, ambos associados à coinfecção pelo Papilomavírus humano (HPV) e HIV. Os nossos resultados, reforçam a necessidade de se expandir a vacinação contra o HPV e integração do rastreio do cancro do colo do útero na mulher com HIV.

Palavras-chaves: Cancro, ginecológico, colo do útero.