Esta comunicação busca compreender as razões da ausência de disciplinas para a especialização nos currículos das escolas de Jornalismo da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e da Universidade Pedagógica de Maputo (UP). Parte-se do pressuposto que este défice perpetua o jornalismo generalista, contribuindo para a falta de foco para uma área específica o que se implica na qualidade do ofício em Moçambique.

A metodologia qualitativa tem como procedimento a análise documental que utiliza como fontes os atuais currículos académicos dos cursos de jornalismo das Escolas de Comunicação e Artes (ECA-UEM) e das Ciências da Linguagem, Comunicação e Artes (UP). Foram realziadas entrevistas com docentes do curso de jornalismo, directores do curso e um estudante finalista de cada uma das instituições. Baseia-se numa literatura que busca fazer o diálogo com um jornalismo engajado e compromentido com a promoção dos direitos sociais e o acesso ao direito humano pela comunicação.

Há meio século foi incluído na Declaração Universal dos Direitos Humanos o Direito à Comunicação, no Artigo 19., onde “Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras” (ONU, 1948).

O estudo busca trazer a importância da especialização para o incremento da qualidade do jornalismo em Moçambique e o quanto é imprescindível que as escolas de jornalismo passem a incorporar nos currículos, disciplinas para especialização, como Direitos Humanos, Gênero, Ambiente, Jornalismo Humanitário, entre outras especialidades. O desafio vai na perspectiva de ir além de responder às necessidades do mercado, mas de promover a abordagem crítica da realidade, equacionando a técnica, à prática e experiências quotidianas e demandas por visibilizar a questão dos direitos humanos junto à sociedade.

Palavras Chave: Ensino, Jornalismo, Especialização, Género.