O excesso e/ou a falta de água representam sempre ameaças em cultivos agrícolas quando conduzidos em sistemas abertos, onde as interações solo-planta-atmosfera são bem aleatórias e demandam por estratégias ressilientes. O objetivo neste estudo foi apresentar indicadores de resiliência na agricultura de base familiar usando água da chuva e potes de argila para suprir a demanda hídrica das culturas. Foram analisados dados obtidos em uma Unidade de Referência Tecnológica (UTR), instalada em 2016, ou seja, contendo informações sobre diferentes cultivos na Amazônia Oriental, mais precisamente na comunidade de Lavras, em Santarém. Também, para entender o potencial de replicabilidade foi instalado um ensaio em Moçambique, ambos usando  potes de argila na irrigação. Destaca-se que a tecnologia na URT é totalmente autônoma, pois toda água que cai no telhado da residência do produtor rural é, imediatamente canalizada para a caixa d´água que por força gravitacional canaliza por canos PVC’s o conteúdo hídrico até a tampa dos potes, onde a bóia na parte interna controla a entrada da água que mantém cada pote de 20 litros, sempre cheio. No ensaio em Moçambique os potem foram abastecidos manualmente, em decorrência de limitações para encontrar boias, no mercado local. Cultivando-se feijão, no ensaio em Moçambique, verificou-se que a reutilização de águas pluviais garantiu a manutenção do cultivo em períodos de escassez hídrica. A tecnologia de irrigação com potes de argila é uma alternativa resiliente se houverem esses artefatos produzidos por ceramistas locais. A conservação da água em potes de argila enterrados no solo viabiliza à produção de alimentos durante o ano todo, garantindo a segurança alimentar na proprietade rural com aumento da capacidade adaptativa em cenários de mudanças climáticas, cujos prognósticos tendem a se intensificar, em muitas regiões do globo terrestre.

Palavras chave: gestão hídrica, replicabilidade, produção agrícola, adaptação.