O crédito agrário é uma componente importante para o desenvolvimento de uma agricultura que permite não só elevar o nível socioeconómico de um país, mas também, aumentar o rendimento e rentabilidade das famílias rurais. Sendo a agricultura a base de economia do país, o acesso ao crédito constituiria um grande incentivo para o contínuo desempenho deste sector. O presente estudo analisa os requisitos para atribuição do crédito agrário as mulheres camponesas do regadio de Chókwè. Tem como finalidade, conhecer os factores que determinaram o acesso das mulheres camponesas ao crédito agrário no regadio, e as dificuldades que estas enfrentam para acederem a este crédito. De uma forma específica, tenciona-se aferir em que medida é que os serviços de crédito das instituições bancárias são acessíveis ou favoráveis as mulheres camponesas. O governo ao atribuir o crédito agrário as mulheres camponesas, pretendeu assegurar o envolvimento activo e directo dos camponeses pobres no crescimento rápido da economia moçambicana e, desse modo, garantir que a economia agrária contribua directamente para a redução da pobreza em Moçambique. Entretanto, o que se tem verificado no regadio é que o crédito não tem abrangido as mulheres na sua totalidade. Os resultados mostram que, o facto de existirem padrões diferenciados como posse e tamanho de terra, idade, bens de garantia e renda, na atribuição de crédito agrário aos camponeses, têm afectado as mulheres com poucas posses e sem colaterais (garantias) que possam justificar a concessão de crédito nas actuais regras bancárias. Para a recolha de dados foram selecionadas mulheres camponesas com terras no regadio através da técnica de “ bola de neve”, onde a inclusão de informantes foi progressiva. Os métodos usados foram entrevistas semi-estruturadas, observação simples e revisão bibliográfica.

Palavras – chave:  mulheres, crédito agrário, desenvolvimento rural, Chókwè.