Pretende-se com este artigo analisar os fenómenos de transição demográfica e capital humano como contributos para o desenvolvimento. O estudo foi realizado a partir da revisão de literatura e análise documental. Os resultados mostram que o facto de África Subsariana partilhar os mesmos princípios económicos das outras partes do mundo abre fortes possibilidades para que a transição demográfica em curso produza bónus económicos. E do ponto de vista demográfico, a transição e a consequente tendência da queda da razão de dependência afiguram-se bastante realísticas na vasta maioria dos países da África Subsariana assim como para Moçambique. Verifica-se ainda que Moçambique apresenta um fraco investimento no capital humano, um dos factores que contribui para que o país apresente baixos Índices do Desenvolvimento Humano, ocupando quase sempre os últimos lugares. Conclui-se que, os níveis de investimento no capital humano verificado nos últimos anos não transmitem confiança que o país possa aproveitar a transição demográfica. Deste modo, para que esse objectivo seja alcançado há vários desafios a serem vencidos, nomeadamente a criação dum sistema de educação de qualidade e abrangente, políticas de emprego que possibilitem a absorção dos graduados, uma atenção à questão de emancipação da mulher, concedendo oportunidade para contribuir no desenvolvimento através de sua formação e acesso ao mercado de trabalho e melhoria do sistema de saúde. Portanto, a materialização do dividendo demográfico depende de um investimento contínuo no capital humano.

Palavras-chave: inclusão financeira, exclusão financeira, subsídio e beneficiário.