Conferências UEM, XI CONFERÊNCIA CIENTÍFICA 2020: Investigação, Extensão e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável

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SINTROPIA AGROFLORESTAL: SUCESSÃO ECOLÓGICA FLORESTAL E CONSTRUÇÃO SOCIOAMBIENTAL DE UMA ECONOMIA DESCENTRALIZADA. TECNOLOGIA VIÁVEL PARA MOÇAMBIQUE?
Calebe Rodrigues Soares Santos, Miriam Luiza Vieira Lorentz, Elias Sete Manjate, Mirene Augusta de Andrade Moraes, Izabela de Jesus Jesuíno, Paulo Augusto Mavaieie Jr., Rafael Pereira Silva, Nathália Muguet Silva Castro, Noor Jehan Gulamussen, Aline Alves Costa, Tânia Domingas Cuinica Beque

Última alteração: 2021-08-03

Resumo


Nos Sistemas Agroflorestais (SAF's) é possível coexistir a extração de matérias-primas diversas, como madeira, e a produção de altas taxas de alimentos diversos de forma perene, preservando a fauna e flora dos biomas manejados. O presente artigo tem como objetivo principal apresentar como os SAF’s podem gerar inúmeros benefícios socioambientais e suas oportunidades de associações como ferramentas sociais, que geram melhorias em outras áreas relacionadas, como exemplo, oportunidades para universalização do saneamento por meio de sistemas naturais. Utilizou-se como referencial teórico periódicos, artigos e publicações na internet na área de agroecologia sobre estudos de casos, agregando-se às experiências empíricas dos autores. Monoculturas produzem alimentos em safras com taxas médias de 15 t/ha/ano quando irrigadas, 2 a 5 t/ha/ano sem irrigação, e requerem elevadas quantidades de água, fertilizantes e agrotóxicos. Ademais, o solo sofre perdas por erosão e compactação pelo uso constante de máquinas, diminuindo-se as taxas de infiltração e aumentando-se o escoamento superficial, o que consequemente prejudica a recarga dos lençóis freáticos e a qualidade das águas superficiais dos rios. Nos SAF’s, além de serem robustos em manter a soberania e a provisão alimentares das populações sem intermitência, com taxas médias de 40 a 80 t/ha/ano de alimentos variados e orgânicos; também propiciam a restauração do ciclo hidrológico local por meio da regularização de chuvas e humidade, o que favorece o ressurgimento de nascentes de água; a recuperação dos solos para altos níveis de matéria orgânica por meio da serrapilheira e materiais manejados das podas que são triturados e dispostos ao longo dos sistemas. Há ainda a inclusão social e geração de renda descentralizada que são umas das consequências mais relevantes, pois não se fazem manejos de SAF’s sem indivíduos em comunidade como protagonistas. Também se mostram bem integráveis com opções simplificadas de tratamento de esgotos, e gerenciamento de resíduos.

Palavras-chave: Agroflorestas Sintrópicas; Saneamento Ecológico; Inclusão Social; Soberania Alimentar;