Conferências UEM, XI CONFERÊNCIA CIENTÍFICA 2020: Investigação, Extensão e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável

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AUTONOMIA DA MULHER E O ACESSO E USO DE REDES MOSQUITEIRAS NO NORTE DE MOÇAMBIQUE
Nito Luis Magesso

Última alteração: 2021-07-17

Resumo


Embora diversos estudos comprovem que a utilização de redes mosquiteiras tratadas com insecticidas é uma das maneiras mais efectivas de prevenção contra malária nas áreas onde a infecção é recorrente, a prevalência da doença contínua alta na região Norte de Moçambique. Este estudo analisou as acções voltadas à autonomia da mulher e fortalecimento do acesso e uso das redes mosquiteiras. Os dados foram obtidos através do Inquérito Nacional sobre Indicadores da Malária- IIM (2018); outrossim, empregou-se a quantificação na recolha de dados, através de um inquérito exploratório por questionário em amostragem aleatória por conglomerados ou Clusters por províncias da região em estudo, onde foram seleccionadas mulheres casadas (N= 534); aplicou-se o modelo de regressão logística para explorar a relação entre autonomia da mulher e acesso e uso de redes mosquiteiras. O estudo constatou que apensas 11,8% das mulheres casadas tinham acesso e uso de redes mosquiteiras tratadas por insecticida. Depois do controlo através dos factores socioeconómicos e demográficos, verificou-se que, a associação entre autonomia da mulher e o acesso e uso de redes mosquiteiras tratadas com insecticida, permaneceu positiva significativa na região em estudo (Razão de chance= 1, 18; Intervalo de Confiança de 95%=1, 08, 1, 24). Os resultados indicaram que não é preciso proporcionar às mulheres a educação e emprego para aumentar a sua autonomia no uso e acesso a redes mosquiteiras ou para tomar suas decisões, isto porque nesta região, as mulheres não esperam que seus maridos as permitam que tenham acesso e uso de redes mosquiteiras.

 

Palavras- chave: Autonomia, Mulher, Redes Mosquiteiras.