O Canal de Moçambique, localizado no sudoeste do Oceano Índico, entre Moçambique e Madagáscar, é vulnerável ao impacto de grande parte dos ciclones e tempestades tropicais originados no Sul do Índico. Estudos voltados ao impacto dos ciclones na circulação superficial são escassos nesta região do Índico. O principal objetivo da presente pesquisa foi de analisar a influência do ciclone tropical Idai na circulação superficial do Canal de Moçambique. A análise compreendeu um período de 8 a 20 de Março de 2019. Foram usados dados de reanálises do vento disponibilizados pelo ERA5 para cálculo do transporte de Ekman e bombeamento de Ekman. Para a análise das velocidades geostróficas foram usados dados de reanálise da altura da superfície do mar (SSH) disponibilizados pelo Copernicus. Os resultados mostram que durante a passagem do ciclone Idai os ventos intensificaram de 5  antes do ciclone, atingindo velocidades superiores a 30  no dia 14 de Março, quando o ciclone atingiu a sua intensidade máxima. Os resultados do transporte de Ekman mostraram intensas divergências no centro do ciclone. O bombeamento de Ekman teve valor máximo no centro do ciclone que atingiu -42  no dia 14 de Março, caracterizado por um intenso upwelling no centro do ciclone e reduzido downwelling nas suas bordas. As correntes geostróficas mostraram intensificação dos vórtices ciclónicos em cerca de  e enfraquecimento dos vórtices anticiclónicos em cerca de na mesma proporção que os vórtices ciclónicos. A intensificação dos vórtices ciclónicos e o enfraquecimento dos vórtices anticiclónicos teve consequências na intensidade de duas correntes na região costeira de Moçambique.

Palavras-chave: Influência do ciclone tropical Idai, Transporte de Ekman, bombeamento Ekman, correntes geostróficas, Canal de Moçambique.